quinta-feira, 6 de outubro de 2011

UMA CARTA PARA A QUE SE FOI

     Querida irmã,

    Hoje estou novamente precisando de ti, mas onde estás? Onde te escondestes? Os dias já não são os mesmo desde que partistes. Eu também já não tenho sido o mesmo, venho sendo frio, triste e solitário... Principalmente isto, solitário... Por que tivestes que ir? Preciso tanto de ti, sinto falta dos dias em que me apoiava, me acalmava, até dos que se silenciava. Oh, querida irmã, como sinto falta dos dias em que eu podia chorar em teus ombros! Agora choro apenas aos cantos e aos travesseiros, sempre só, sempre só... Preciso de você agora de novo, meu anjo, como tantas vezes antes, e, de novo, como tantas vezes antes, tu me abandonas. Eu posso esperar, minha irmã, posso esperar uns dois ou três dias, não precisa ser agora, mas não mostras menor ar de vida, não dizes se posso vê-la e nem se irá me ver, apenas te cala e finge não haver necessidade minha em ti. Ignora-me, esconde-te, tuas palavras tem estado frias. Estou tão só, minha irmã, onde estás agora? Eu já lhe disse que ela morreu? Seu velório ocorrerá dentro de uma ou duas semanas. Nem imaginas minha depressão, não consigo nem conter as lágrimas ao escrever-lhe isto, choro por todos os cômodos, cantos e horas. Não tenho nem vontade de comer, não faz nem duas semanas desde que ela se foi e já perdi cerca de quinze quilos, não consigo comer, irmã, não consigo mais viver. Estou anêmico, anoréxico, por favor venha ver-me, minha irmã. Deixe-me chorar em teus ombros novamente, convença-me de que suicídio é errado, pois não consigo mais viver, não quero, não sem ela. Meu mundo sem ela é triste, é em preto e branco com traços escarlates de automutilação. Querida irmã, preciso de ti, dê-me notícias tuas, apareça e me ajude, por favor. Preciso tanto de ti agora, mas onde estás, minha querida irmã? Para onde fostes que levastes teu ombro embora? Para onde fostes que levastes meu sorriso embora?

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