terça-feira, 14 de junho de 2016

ENSAIO SOBRE ELA

Ela é espontânea E reluzente, Cheia de uma luz natural E de um calor aconchegante. Quando ela dança É como se o espaço Se afastasse dela, É como se o espaço Desse espaço para seus quadris. Quando ela gira É como se o vento A pegasse na mão e a rodasse Com a mesma suavidade do próprio. Quando ela sorri É como se o Sol A emprestasse um pouco do seu brilho E esse calor irradiante desse vida à vida. Quando ela fala, É como se os anjos Ressoassem suas trombetas Numa melodia celestial Que trouxesse paz aos desafortunados. Quando ela dorme É como se a mãe natureza A incorporasse, E toda a orquestra de uivos, pios E cantos de grilos e cigarras Estivessem contidos em seu silêncio, Em seu calmo respirar. E quando ela beija, Ah, quando ela beija, É como a erupção de um vulcão, Sinto-me invadido pelo explodir E o renascer de uma supernova Que faz com que todo o meu corpo formigue E se preencha em chamas. E quando ela transa, Deus meu, quando ela transa! Sinto-me em alto mar, Sinto a calmaria, Sinto o tsunami, Sinto-me tragar Para as profundezas do oceano, Sinto perder o ar E ter meu corpo invadido por ela, Invadido por sua água e sal. Ela me afoga E me devolve a vida.
Ela desafia as leis da física e da natureza. Ela tem uma estrela no olhar E o tempo à engatinhar sob seus pés. Ela faz a gravidade me soltar E o espaço se espremer Para a gente caber numa caminha de sapê. Ela tem a luz nas mãos E os anjos no canto que ouço, Ela tem o meu coração Em seu livrinho de bolso.