terça-feira, 12 de julho de 2016

OLHAR

Quando ela me olha, Ah, quando ela me olha! Qualquer outro sentimento se esvai, Nada que eu possa descrever, Metaforizar ou poetizar chega aos pés Do seu olhar e como eles as vezes Piscam forte quando ela quer dar entonação à algo. É de uma maneira que encantaria até os Deuses! Não me sinto poeta o suficiente para descrever tal sensação. Sinto que me faltam metáforas Ou qualquer outra figura de linguagem Que a empoete, Sinto que me faltam palavras, Ou que as mesmas ainda não foram criadas. Sinto-me desmerecedor dessa arte, Desmerecedor da poesia diante dos seus olhos. Mas sei que nem Neruda ou Vinícius Conseguiria descrever tal sentimento. Seu olhar está acima dos homens. Eles são a arte pura e bruta, Que ela mesmo lapida com um piscar de olhos, Eles são a Mãe e o Pai da poesia. Não há Quintana que a enlire ou a enrime, Não há rimas que rimem com ela, Ela por si só já é uma poesia completa. E eu me encho de júbilo Por me ser permitido ler um pouco dessa poesia, Me regojizo ao saber que faço parte de seus versos. Pois nessa história eu não sou o poeta ou escritor, A poesia já está pronta, Métrica, linda e perfeita. Dessa vez é ela quem me escreve com seu mero olhar.