sexta-feira, 29 de abril de 2011

TUDO EM UMA NOITE

Esta noite estou amando você,
Com cada parte do meu ser,
Esta noite estou desejando todo seu corpo e espírito para mim,
Sem que jamais precisasse de um fim.
Esta noite estou pedindo nomes,
Para você me distinguir de outros homens,
Nomes de amor para “eu e você”,
Para te provar que não há nada a temer.
Esta noite estou fazendo chover,
E trazendo metáforas a você,
Te comparando à uma bela flor,
E polinizando este amor.
Esta noite estou descrendo,
Em cada pétala de você,
Esta noite estou escrevendo,
Sem desejar te esquecer.
Esta noite estou achando,
Nomes para essa relação,
Nomes que não estou gostando,
E que assemelham-se à competição.
Esta noite estou descobrindo,
O véu de uma mentira,
Então para você eu vou mentindo,
E te exibindo minha ira.
Tudo apenas numa noite,
Sentimentos, metáforas e rimas,
Atraídos e repelidos feito imãs,
E depois cortados por sua foice.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

A ESTRADA SEM FIM

A vida é como uma eterna viagem, ou uma estrada sem fim, vamos todos dirigindo carros, motos, em alta ou baixa velocidade, respeitando ou não as placas e sinais, sem mapa, sem saber se iremos chegar ao nosso destino, às vezes sem saber ao menos se temos destino.

Alguns vão mais rapidamente, gostam da emoção e do risco, outros vão mais devagar, inseguros e com medo de acidentes. Independentemente da velocidade, todos temos que frear bruscamente as vezes, seja para não atropelarmos alguém ou para parar e pensar se estamos no caminho certo, dar ré também é sempre necessário, e quanto a isso não se escolhe velocidade, ela é sempre mais demorada, precisamos ter calma, paciência, e força de vontade.

As vezes pegamos atalhos mais fáceis e acabamos nos perdendo, as vezes pegamos curvas enormes que nos levam ao mesmo lugar. É necessário em certos momentos parar e pedir informação, e sempre há aqueles que pensam poder achar o caminho sozinho, e são esses quem mais precisam de orientação. Também é necessário dar carona aos amigos sem querer nada em troca, apenas e ligar o som e cantar com eles. Às vezes é até bom dirigir em voltas de 360º quando o clima é favorável e a paisagem é bela.

Constantemente acabamos batendo ou sofrendo acidentes, são cortes, hematomas e sangramentos que muitas vezes deixam cicatrizes para o resto da vida. Apenas porque bateram uma vez, muitos tem medo de tentar de novo, é bom confiar em alguém, jamais deixar se traumatizar, apenas voltar a dirigir sem medo.

Há veículos sem placa, que apenas seguem e imitam outros, há motoristas sem capacetes ou air-bags, que dirigem sem medo e querendo aproveitar, há veículos de farol quebrado, que ao menor sinal de escuridão já dificulta a vista de quem dirige, há motoristas que não respeitam os sinais e se machucam com mais freqüência. Há diversos motoristas e veículos, mas há apenas uma estrada, em que todos seguimos juntos e sozinhos, atropelando e freando, se machucando e amando.

E se a vida é mesmo uma estrada, então sou o motoqueiro que anda à noite a 150km/h, sem capacete e de farol quebrado, cheio de cortes e hematomas, cheio de medo mas sem hesitar, com os cabelos ao vento e minha amante na garupa.

domingo, 24 de abril de 2011

PRA LEMBRAR DE MIM

Se estás lendo meu texto
É porque minha falta estás sentindo,
Queria saber quanto levou até o ocorrido,
Se foi curto ou longo o período.

Para onde fostes, doce dama?
Levastes teu sorriso embora
Para longe de mim e de nossa cama
Que tornou-se novamente solitária, por hora.

Onde estás, minha musa do luar?
Quero sua presença a me encantar,
Quero poder alisar seus cabelos
E encher tua face de beijos.

Pois então que seja rápido, meu amor,
Pois todo dia sem ti és tortura,
Como brasa quente em minha língua,
Que só se satisfaz junto a tua.

Pegue minhas palavras e as leve contigo,
Para toda vez que desejares estar comigo,
Para que lembres de mim a cada momento,
Para quando a distância for grande ou a saudade, tormento.

Pois “a maior coisa que podemos aprender na vida,
É a amar e sermos amados...”
Eu aprendi querida,
Desculpe por ter demorado.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

O HOSPÍCIO SOCIEDADE

Em um lugar esquecido pela civilização,
Invisível aos olhos das máquinas e da globalização,
Havia um hospício não muito grande,
Onde os pacientes não tinham nomes,
Mas sim, números.
Sentados jogando xadrez,
Estavam o número dois e o número três,
Pobres coitados, mas nada que não se possa resolver.
O número três depois de achar uma mala com três mil reais
Esquecida em seu restaurante,
A devolveu para o dono de bom grado.
“Louco! Desperdiçou dinheiro assim!? És honesto! És louco!”
O número dois era um bom advogado,
Abria mão de ótimos casos pois só defendia os inocentes.
“Louco! Não há espaço pra gente assim nesta sociedade! És louco!”
A número quatro, pobre coitada,
Passava o dia inteiro em sua cadeira de rodas,
Observando a natureza lá fora.
Foi tentar salvar um cachorro que seria atropelado,
E acabou ela sendo atropelada.
“Louca! Só pode ser louca! Arriscasse sua vida por um animal?! És louca!”
O número um, o mais problemático,
Um rebelde nato, vivia na camisa de força,
Foi achado vivendo no meio da floresta,
Depois de dizer que a sociedade era corrupta,
E acabava com os valores das pessoas,
E que estava feliz sem ela.
“Louco! Acreditas em valores e ainda criticas nosso sistema!? És louco!
Ponham-no na camisa de força!”
E havia o número zero,
O pior de todos os distúrbios mentais, o amor!
Coitado... Já não havia nem mais cura,
Começou a recitar e escrever poesia,
Estava tão louco que começou a chamar-se de anjo.
“Louco! Louco! És o pior de todos! Acreditas no amor!?"
“Poesia!? Meu deus! O coitado já não tem cura, tirem a caneta e o papel de suas mãos!”
E agora eu venho lhes mostrar este lugar corrompido,
Cheio de loucos, loucos aqueles que esqueceram os valores e a humanidade,
E venho lhes escrever nesta parede,
Usando meu dedo e meu próprio sangue,
Pois me foi tirado o papel,
Me foi tirado a caneta,
Mas jamais me calarão,
Jamais silenciarão tão belo sentimento.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

O ARQUITETO FRUSTADO

Havia há um tempo atrás,
Um belo prédio sobre as colinas,
Eu o havia desenhado com todo cuidado possível,
Com todo tempo e talento.
Mas o tempo passou,
Este prédio começou a perder sua beleza esplêndida,
E apesar de desgastado,
Não quis demolir tal belo prédio.
Preferi construir outro em seu lugar,
Maior e tão belo quanto o anterior,
Erro meu, deveria tê-lo demolido...
O novo prédio ficou tão bom quanto o anterior,
Mas está instável devido aos restos do prédio anterior.
E novamente me encontro em impasse,
Com medo de demolir o prédio anterior,
E acabar danificando o novo.
Do que adianta ser um ótimo arquiteto,
Imaginar e desenhar os mais belos prédios,
Mas sem conhecimento algum de engenharia,
E sem capacidade parar que sejam estáveis?
Não se pode construir prédios por cima dos outros,
É necessário primeiro demolir os antigos,
Para que os novos fiquem estáveis e ainda mais belos.




As paixões são como prédios, você não constrói prédios novos por cima dos antigos, se não a estrutura inteira será comprometida. Você primeiro tem que demolir o antigo, para que a estrutura do novo seja forte e estável.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

MINHA MUSA DO LUAR

Minha linda dama,
De face tão branca e bela quanto a Lua,
Tão digna de nosso grande drama,
Que faz-se ouvir em toda a rua.

De expressão tão serena,
Alegro-me ao fazê-la dormir em meus braços,
Tão curta foi essa cena,
E você se afastou passo a passo.

Minha indecisa dama que muda com a Lua,
Nova, minguante, cheia ou crescente,
Pegue minha alma e faça dela sua,
Mas faz-se toda minha eternamente.

Hei de me perder em tuas curvas,
Confundo-me em tua teia de neurônios,
Porém te entendo em suas balbúrdias,
E em todo seu pandemônio.

Querida, vamos continuar nessa relação mutualística,
Para que possamos reencontrar nossa base,
E para que de forma mística,
Possamos superar nossa obscura fase.

Deixe-me te levar para um lugar,
Onde ninguém nos conheça,
Onde poderemos deitar,
E esperar que a Lua cheia apareça.

Minha querida Lua cheia a nascer,
Peço que esqueça a dor que te fiz passar,
E eu esquecerei a dor que me fez sofrer,
Aguardarei o dia em que novamente poderei te beijar,
Em que nos reencontremos depois de tantos caminhos,
E que jamais precisaremos nos sentir sozinhos.