quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

SOBRE ESTRELAS E BURACOS NEGROS

Era noite quando a conheci.
Seu corpo se movia com a música
E seu cabelo a seguia
Lembrando-me uma confusa estrela cadente.
Uma que não riscava o céu,
Mas dançava nele.
Fiz então meu pedido
E aguardei.

Instantes depois fui em sua direção
E nossos olhos se encontraram.
Eram dois perfeitos buracos negros
Que me fitavam...
Densos, profundos,
Que se atraiam e se repeliam
E faziam dela um centro gravitacional
Que logo orbitei de ímpeto.

Passamos a noite inteira conversando
E notei que havia uma pinta
Logo acima do canto do seu lábio...
Uma estrela intacta
No meio desses dois buracos negros.
E beijá-la foi sentir essa estrela,
Foi sentir o Sol em minha boca
Enquanto dois buracos negros findavam
Para renascer logo depois.

Mas foi apenas quando nos encontramos
Na semana seguinte,
Ao tirar sua blusa,
Que percebi estar errado todo esse tempo.
Seus dois seios, firmes,
Eram dois planetas inexplorados
E entre eles haviam mais estrelas,
Constelações inteiras se formavam.

E foi enquanto fazíamos amor
Que me dei conta do quão grande
E profunda ela era.
Jamais fora uma estrela,
Ou um par de buracos negros,
Ou se quer uma galáxia inteira.
E foi aí que me perdi na imensidão e vastidão
Do universo que era ela.
E então percebi
Que aquela confusa estrela cadente
Havia realizado meu pedido
Antes mesmo deu o ter desejado.