domingo, 26 de agosto de 2012

INSÔNIA POR AMOR

Você se apaixona,
E de repente todo seu sono vai embora.
Você passa horas deitada na sua cama,
Pensando e pensando,
Imaginando todas as possíveis soluções,
Todos os possíveis planos.
Até mesmo rejeitando o pensamento,
Ou sofrendo pela falta.
E passa todos os dias assim,
Dormindo pouco,
Demorando pra dormir,
Às vezes nem dormindo.
Até que um dia a história de vocês dois começa,
E pouco a pouco vira um namoro sério.
Mas mesmo assim você não consegue dormir,
Você passa a noite sorrindo, amando,
Sentindo a falta dele ao seu lado,
Lembrando de tudo que fizeram naquele dia.
Às vezes você não dorme por medo,
Fica imaginando que talvez ele não te queira tanto,
Talvez ele não te ame,
Talvez ele te traia ou termine.
E todo esse talvez vira a certeza de mais uma noite sem sono.
Será que amar é isso?
Simplesmente não dormir?
O amor seria um remédio que te deixa anestesiado e alucinado,
Te privando, assim, o sono?
E se eu dissesse que eu também não durmo, querida?
Isso te faria dormir tranquila?
E se eu te oferecesse uma solução?
Você aceitaria?
Não dormimos pela falta,
Então por que não fazemos a presença?
Vem morar comigo,
Me deixa morar com você.
Juntos, nós dormimos tão bem,
Deixa ser assim pra sempre,
Eu e você na mesma cama,
Sem medos e sem nenhum talvez,
Só a certeza do melhor.
Aceita meu pedido, minha solução,
Casa comigo...

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

LEMBRAR DE SER FELIZ

     Estou cansado de ver essas pessoas de rotinas, essas pessoas de deveres. Aqueles que estão sempre pondo notas nos celulares, lembretes colados por aí em papéis coloridos ou anotações na mão ou em algum caderninho. Aquelas pessoas sempre apressadas, sempre tentando não esquecer de algo, quando no fundo ela está esquecendo de tudo.

     E pior que quase todos vivemos assim sem nem perceber. Nós nos enchemos de tarefas e lembretes, sempre correndo atrás de alguma coisa, quando, na verdade, deveríamos correr atrás de nós mesmos. Às vezes até correr atrás de outras pessoas.

     Vamos tentar lembrar de ser felizes, vamos tentar lembrar da gente, ao menos que por hoje. E principalmente, vamos lembrar dos outros. Vamos ajudar, vamos tornar alguém feliz, vamos SER felizes. Vamos parar de tentar lembrar de tantas coisas inúteis, ou simples coadjuvantes em nossas vidas. Vamos lembrar de sorrir, vamos lembrar de beijar, vamos lembrar de dar significado às nossas vidas e à de outras pessoas com quem nos importamos.

     Hoje, ao menos que seja só por hoje, proponho o seguinte: vamos pegar nossos cadernos de anotações, nossos blocos de folhas coloridas, nossas mãos, ou as notificações do celular, e vamos escrever "lembrete: lembrar de sorrir", "lembrar de ajudar alguém", "lembrar de mim", "lembrar de fazer alguém sorrir" ou até mesmo "lembrar de ser feliz". Vamos nos dar lembretes e obrigações que nos faça sentido, que nos faça bem. Escrevam isso no caderno de outras pessoas também, vamos ajudar a nos lembrar de nós mesmos e dos outros. Ao menos que por hoje, vamos tentar lembrar de ser felizes.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

SEM PODER TE TER

E eu aqui, sem ti,
O que hei de ser?
Serei uma continuação do que vivi?
Ou um constante lamento pelo que acabei de ver?

Porque ver uma mulher chorar...
Isso faz qualquer um morrer,
Acho que só isso é o que me faz mudar,
Ainda mais quando sou eu o motivo dela sofrer.

O pior talvez seja não ter nem força, nem vontade,
Ou qualquer outra coisa capaz de mudar essa cena,
E só poder fingir uma tola bondade
Com um falso sorriso de hiena.

Só resta travar-me as unhas no corpo,
Me matar por dentro e por inteiro,
Por saber que aquele lindo sorriso agora torto
É vítima de meu grande erro.

E eu já não sei como resolver essa situação,
Será que não há mesmo nada que a faça melhorar?
Nada que não seja aquela clássica ilusão
Que logo logo irá quebrar?

Eu acho que já não nos há saída
Que não seja simplesmente esquecer
As maldições da vida
Que insistem em nos fazer sofrer.

domingo, 19 de agosto de 2012

COMO DIZER ADEUS

Duas colheres de decepção,
Uma colher de mágoas bem batidas,
Meia xícara de dor,
Duas xícaras de lágrimas,
Um pouco de coragem
E mais um pouco de frieza,
E adicione o "foda-se" à gosto.
Não é tão difícil quanto parece,
Você cresce e aprende a se desapegar das pessoas,
E vai percebendo que não importa quem seja,
Todas elas vão te decepcionar um dia.
Não é tão difícil dizer adeus,
Você só precisa seguir a receita.
E do jeito que as pessoas são,
Elas mesmas vão te dando os ingredientes.
Você só precisa da coragem de bater tudo num liquidificador
E tomar gole por gole.
Ou você pode esquentar tudo em fogo baixo,
Cozinhando pouco à pouco,
Até chegar ao ponto certo.
Mas tome cuidado pra não queimar,
Ou o resultado pode não ser o esperado.
Você pode até botar no congelador
E esperar esfriar,
Fingir que nada aconteceu.
Mas uma hora isso volta,
Isso esquenta,
Isso estraga.
É simples, é fácil,
Até pode doer um pouco,
Muitos se queimam ou se cortam na cozinha,
Mas é assim que se diz adeus,
Você não diz nada,
Você não faz nada...
A vida e a outra pessoa fazem tudo por você,
Te dão os instrumentos, ingredientes e motivos,
E você só faz o que ela te suplica pra fazer.
Dizer adeus não é difícil...

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

TRAIÇÃO

Ela nem se importou,
Correu atrás de outro
E assim que o assegurou,
Terminou.
Mas foi só ela cair na doce ilusão
Que é a verdade,
Que todo seu mundo desabou.
Assim como ela iludiu ele,
Seu novo amante iludiu ela,
E então sozinha ficou.
E chorou,
Não por ter machucado ele,
Mas por estar machucada,
Não por saber que tinha feito algo errado,
Mas por tê-lo trocado pela pessoa errada,
Por estar sozinha...
E ele também chorou,
Chorou de raiva, de frustração,
Mas seu coração era bom,
Ele pôde perdoar.
E ela vendo isso quis se reaproximar,
Chorou tudo que chorava por ela
Dizendo chorar por ele,
E usava aquela face bela,
Pra esconder o sorriso maligno por detrás das caretas,
Ou talvez não o fizesse por mal,
Fosse apenas egoísta, carente,
E por isso fazia tudo desse jeito, crente
Que não fazia nada de errado.
E enquanto ela o dizia o quanto sentia sua falta,
Ia procurando outras pessoas
Para suprir sua desesperada carência.
Mas sua inútil demência
O deixou descobrir suas tolas mentiras,
E foi quando ele despertou sua ira,
E toda descrença foi posta em sua face,
Se recusando a sequer mexer os lábios em sua frente.
Então o medo de que ele a ignorasse
Tornou-se realidade.
E a triste garota voltou à sua desesperada solidão,
Sem mais nenhuma chance de um alguém concreto,
Se conformando com momentos em vão
E se lamentando por saber que ele estava certo.
E ele seguiu sua vida com outras mulheres e é feliz,
Ele a superou,
E ela mereceu o que iludiu.
E quem diria que aquela quem traiu, chorou,
E aquele quem sofreu, sorriu.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

AMOR É TERNO

E se algum dia eu te falasse que ainda sinto sua falta?
Você se surpreenderia? Você voltaria?
Você me amaria se depois de alguns meses
Recebesse uma mensagem minha dizendo que ainda te amo?
Mas e se... E se no fundo eu tenha sempre te amado?
E se eu estivesse com medo?
E se eu tivesse ofendido?
E se... E se eu disser que nunca fui tão feliz como fui com você?
Isso mudaria alguma coisa?
Acho que não né?
Mas, quem sabe, de repente o destino refaz o nó que eu tenho medo de refazer,
Quem sabe a gente se esbarre numa dessas esquinas da vida.
É tão difícil acreditar que a minha vida anda sem você,
Eu sempre achei que morreria, que o tempo pararia,
E é quase como se o tivesse feito.
Sem você, não consigo ser eu... Eu morro...
É tão difícil não esperar que um dia tudo volte a ser como antes,
Eu só... Não imagino um futuro pra mim que não seja com você.
Então não se surpreenda se um dia eu falar de você,
Não se surpreenda se um dia ouvir alguém te dizer
Que me ouviu dizer que você é o amor da minha vida.
Não se surpreenda se eu te olhar do jeito que sempre olho,
Ou se eu sorrir pra você do jeito que sempre sorrio.
Só... só... Não sei.
Você pode rir e fingir que não me ama mais,
Você pode dizer o quanto tudo parece igual,
Você pode até ignorar.
Mas só... Só não se surpreenda,
Porque se você se surpreender com meu amor por você,
É porque você já não espera que ele exista,
E isso, querida... Isso é um pecado pro meu coração.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

ENTRE QUARTOS E RUAS

E neste novo quarto frio
Aborreço-me com suas paredes e estantes,
Porque apesar dessas coisas, bastantes,
Ele ainda há de ser vazio.

E assim o sendo,
Faz de mim também,
Vazio e sem ninguém,
Da solidão, bebendo.

Este quarto tem um teto que me impede de voar,
E das janelas os prédios me bloqueiam a vista,
Então só me resta olhar pra pista
Quando só queria ver o mar.

Aqui tudo me enclausura,
Meu cabelo já não voa,
Porque o vento aqui não ecoa
E já não me traz a sua cura.

O vento aqui só assobia,
Triste como um lamento,
Descontente vento
Dessa noite fria.

E esta cama que anda tão vazia,
Fria, já não sente o calor de outros corpos,
Apenas se lembra dos amores mortos,
Abandonados pela vida.

Saio do quarto
E fecho a porta,
Essa outra vida torta
Já me deixa farto.

Sou feliz pelas ruas,
Pelos bares de esquina
À procurar pelo amor de uma menina
Debaixo de tantas Luas.

Sou feliz onde parede não houver,
Onde o vento dança,
E o amor não cansa
De ser a mesma mulher.



sábado, 4 de agosto de 2012

MEU AUTO-RETRATO

E eu aqui à desenhar com frases meu auto-retrato,
Não sei se me pinto forte ou se me pinto fraco,
Se me pinto claro ou se me pinto opaco.

Não sei ao menos se me desenho um sorriso,
Quem sabe até eu me desenhe com um amigo,
Afinal, sem eles não hei de ser eu, pobre iludido.

Ou talvez eu desenhe uma lágrima no meu rosto,
Daquelas que quando se vê já se sente o gosto,
Ou quem sabe tantas lágrimas que até manchem meu esboço.

Não sei nem se me pinto com asas,
Trazendo fogo à tantas casas
Que as decepções só deixaram brasas.

Ou se me pinto com raízes,
Fazendo em volta todos felizes
E acabando com tudo por um deslize.

Não sei se me pinto anjo ou se me pinto diabo,
Ser humano mal amado,
Que fez do sofrimento, aliado.

Não sei se me pinto amando,
Ou se me pinto chorando
Por um coração estar quebrando.

Não sei se me pinto ao lado teu ou se me pinto só meu,
Quem poderia responder uma vez morreu,
De tanto que sofreu.

Posso me pintar com diversos ferimentos,
Ou até com os devidos medicamentos,
Contanto que se faça notável o meu sofrimento.

Tanto fui nessa vida,
Que não ouso ser eu em um retrato só.
Sou os dois lados da moeda indecisa,
Sou o bolo de fios que é um nó.
Há de ser impossível me pintar em uma única tela,
Tal qual é voar em barco à vela.
Porque por tanto ser
E tanto ter sido,
Se faz impossível descrever
Apenas num quadro, o que já foi vivido.





quarta-feira, 1 de agosto de 2012

COADJUVANTE DA VIDA

E quem deveras imaginaria
Que na vida me encontraria
Como um vagabundo moribundo,
Guiado por um velho sujo e imundo
Que do palco me tiraste,
Por ser artista de contraste.
Por não saber se ria ou chorava,
Quando a vida me decepcionava.
Palco esse que ouso chamar de vida,
E velho esse que ouso chamar de morte,
Que veio anunciar a hora da minha partida,
Depois desta minha curta vida sem sorte.