sábado, 8 de outubro de 2011

JANELAS DE MINH'ALMA

    Lenta infinidade de um instante, faz-se perdurar por dias, dos mais tristes aos mais felizes. Quantas horas duraram os minutos daquele tão belo instante? Foi belo, foi bom. Querida, momento assim jamais haverá igual.

   Gosto quando pairamos os rostos um sobre o outro, e o deixamos lá, intactos, movimentando apenas nossos olhos. E eu a observo, vejo-a analisar minha face por inteiro, acompanho seu olhar com o meu e analiso seu analisar. Me vejo através do espelho que muitos pensam ser janela. Me divirto quando seu olhar paira em meus lábios, como presa pronta para atacar, como se quisesse possuí-los, devorá-los, como se fossem a entrada para minha alma, a entrada para a sua alma adentrar a minha.

   Mas ao contrário do que pensa, minha boca aberta não é convite de entrada, não é uma porta sempre aberta a você para que possa sair e entrar como bem quiser, como uma simples visitante. Querida, eu disse que se quisesse entrar teria que ser pra sempre, se saísse eu não a deixaria voltar. Querida, saiba que nem ao menos porta meus lábios são, são o que pensam ser os olhos, janelas de minh'alma, não que meus olhos também não o sejam, mas para você serão os lábios e só os lábios. Meus lábios abertos são para que veja o que jogou fora, o que desprezou e distratou. São para que veja minha tristeza e solidão. Nada a mais ou a menos, apenas isso, janelas de minh'alma.

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