quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

BAGUNÇA

Deixa a louça pra lavar
Deixa a cama por fazer
Não há bagunça digna de nota
Frente à bagunça que é você.

Esquece a porta aberta
Que toda fresta
É pra se perder.

Eu não quero me achar,
Eu quero me perder
Dentro de toda essa bagunça
Que é você.

Divide o travesseiro,
O corpo inteiro cabe aqui.
Esquece o canto da cama,
Vamos juntar, não subtrair.

Nesse mísero espaço
Faço um nó de nós
Que é pra nunca mais dividir.

Eu não quero me achar,
Eu quero me perder
Dentro de toda essa bagunça
Que é você.

Vamos nos bagunçar em lençóis
Sem saber nascente ou foz.
Vamos bagunçar nossos corpos,
Dar nós em nossa circulação.

Esquece toda essa organização
Que tudo o que quero
É me bagunçar em você.