sábado, 29 de janeiro de 2011

QUERIDA ARIADNE

Você me jogou no labirinto,
E me deu um novelo para que eu retornasse,
Você me deu escolhas e caminhos,
Quase todos sem saída,
Me deixou confuso e perdido,
Em meio ao labirinto do seu pensamento.

Eu enfrentei o minotauro por você,
Matei seus medos,
Calei as palavras ásperas,
Acabei me ferindo nesse combate,
Achei que seria um bom preço a se pagar,
Por lhe calar palavras que você mesma odiava dizer.

Passei por toda essa provação,
Apenas para que largasse o novelo no chão,
E deixasse o vento carregar o fio,
Me tirando o caminho de volta,
Passei por tudo isso,
Para que no final eu ficasse sozinho e perdido,
Sem volta devido às minhas escolhas,
Dentro desse labirinto que é a vida.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

ME ESCONDO DO CÉU, MAS MOSTRO-ME AOS ANJOS

E agora a chuva cai lá fora,
Imagino quem está te protegendo agora,
Ou se está sozinha e com medo,
Tremendo de frio.
Na chuva ou no Sol,
O céu é sempre belo,
E há tantos anjos nele.
Há anjos que me derrubam,
E dizem que vão me levantar,
Que pedem perdão e me deixam encantado.
Há anjos que me confundem,
Me deixam a questionar,
Dizem que as coisas acontecem por um motivo.
Há anjos que me iludem,
Que dizem pensar em me dar uma chance,
Mas voltam atrás e dizem ter medo de machucar alguém.
Há anjos que machucam sem pena,
Parecem gostar de ver sofrer,
Ou talvez sejam só egoístas demais.
E havia um outro anjo,
Que voava feliz com asas negras,
Geralmente sozinho e despreocupado,
Mas cheio de pensamentos,
Por dentro havia muitos sofrimentos,
Havia muita confusão.
Mas parece que agora ele se escondeu,
Foi descansar as asas ,
Pediu um tempo de tudo,
Pediu pro céu não aparecer,
Ou talvez ele esteja apenas aguardando,
Esperando a mulher de belas asas,
Que o levará para o céu novamente,
E cumprirá suas palavras.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

VOCÊ

Queria alguém pra mim,
Queria alguém que me tirasse da solidão,
Alguém que me deixasse assim,
Com esse sentimento no coração.

Queria alguém que não me julgasse,
Alguém que visse além,
Alguém com uma encantadora face,
Alguém que me faça bem.

Queria alguém que me desse nicotina,
E depois a tirasse de mim,
Alguém cujo jeito me fascina,
E que jamais me traga o fim.

Queria simplesmente uma pessoa,
Que me levasse pra voar,
Que não me fizesse sofrer à toa,
Mas que me fizesse cantar.

Queria alguém pra ver o Sol se por,
E depois vê-lo nascer de novo,
Alguém que não me traga dor,
Ou que faça com que me sinta oco.

Queria alguém pra caminhar pelo mar,
Alguém para morde-lhe o pescoço,
Alguém que me faça sonhar,
Alguém que me faça esboços.

Queria alguém que eu pudesse fazer sorrir,
Alguém que sempre esteja ao meu lado,
Alguém para pensar ao ir dormir,
Alguém com quem eu me sinta amado.


Achei que procurava perfeição,
Achei que estava sendo exigente,
Percebo que estava errado então,
Pois agora te vejo na minha frente.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

CONFISSÕES DE UM BARDO QUALQUER

E agora as pessoas me perguntam:
“Como vai ser?”
Eu digo “Sei lá...
Deixa o vento dizer,
Só quero seguir o fluxo,
Deixar o momento me levar.”
Quero voar...
Deixar o vento me carregar,
Me indicar a direção.
Vou voar,
Pro mais longe possível,
Vou chorar,
O mais baixo possível,
Vou gritar,
O mais alto possível.
Só quero relaxar,
Deitar um pouco nas nuvens,
Quero pensar,
Deixar o pensamento voar pelo céu,
Quero nas estrelas tocar,
Enquanto olho minha segunda Lua errante,
Eu a achava tão distante...
Me precipitei,
Era ilusão de óptica,
É... Me ferrei,
Novamente,
Maldição!
Estava tão crente,
Achei que tudo daria certo dessa vez,
Mas tudo acontece por um motivo,
Motivo o qual eu ainda não sei,
Apenas espero pra ver,
Seria meu motivo apenas sofrer?

QUERO APENAS O SEU MAIS BELO SORRISO

Por que choras enquanto estas sorrindo?
Por que não me deixa saber da sua dor?
Sou incompetente demais pra perceber sozinho...
Me desculpe...
Mas sua dor é minha também,
E eu não a suporto,
Pois te machuca demais.
Não quero que chores novamente,
Devolverei a ti o mais belo sorriso,
Venha, vamos caminhar comigo pelo céu,
Eu te levarei pra ver o pôr-do-sol comigo,
Cantarei para você tudo o que me pedir,
Hoje o dia é seu,
Estou a sua disposição,
Estou a disposição do seu sorriso verdadeiro.
Minha função é apenas te fazer feliz,
Seu sorriso é meu também,
Assim como sua dor.
Vamos caminhar pela praia,
Trocar elogios e falar coisas bonitas um para o outro,
Vamos fazer competições bobas,
As quais você sempre ganha,
Vamos falar de sonhos e planejamentos impossíveis,
Quem sabe o Sunny te ajude a sorrir.
Apenas espere meu pequeno anjo,
Os sorrisos estão voltando às suas faces,
À sua, à minha,
E ao final do dia quero apenas que me diga...
Eu cumpri minha função?

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

VOE COMIGO PEQUENO ANJO


Vamos esqueçer tudo isso, vamos esqueçer os humanos que nos machucam e não nos valorizam. Eu mantive minha janela aberta esperando que você viesse, mas por que não veio? Vamos voar acima de tudo, acima de todos, ninguém poderá nos machucar mais, eu te devolvi suas asas, só peço que voe comigo.

Esqueça os medos e as inseguranças, eles não te fazem bem, eles me machucam, lembre apenas dos sorrisos que te dei e dos sorrisos que me deu. Há algo que valha a pena além disso? Não tenha medo, eu não quero te fazer mal, apenas confie em mim, eu te protegerei de tudo que te assusta.

Você diz ser impossível, mas por acaso eu já te levei pra ver a linda Lua do meio-dia durante a ensolarada chuva fria? Se você não acredita apenas espere, voaremos à noite até que amanheça, vamos esperar pelo nosso melancólico Sol, então seremos capazes de ver o que poucos podem.

Deixe-me voar ao seu lado, como dois belos anjos, faremos do céu e das nuvens nossa moradia, se chover eu irei te cobrir com minhas asas e abrigá-la em meus braços, não deixarei uma única gota te molhar. Eu te levarei ao nosso pequeno chalé à beira do rio onde as flores crescem e desabrocham com um esplendor maior, onde os pássaros cantam com felicidade maior, e onde a linda cachoeira ao longe nos embeleza a vista debaixo de um belo arco-íris.

Então tudo seria mágico, e permaneceria assim enquanto acreditássemos que é possível... Eu acredito, e você?

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

ANJO CAÍDO


Assim como um anjo caído, me foi tirado o céu, eu desabei de tamanha altura que eu não podia mais levantar, minhas asas negras haviam sido feridas. E por mais que me machucassem, me olhassem com desprezo ou me deixassem sangrando no chão, eu era incapaz de odiá-los, incapaz de machucar qualquer um deles, era incapaz desses baixos sentimentos humanos. Por mais que me machuquem, eu não irei ferir ninguém. Afinal, a vingança é para os fracos. Prometi para mim mesmo jamais fazer alguém sofrer como eu sofri. Acabei me levantando com o tempo, limpei minhas asas negras, não tentei voltar ao céu, havia muita coisa errada aqui e eu achava que podia mudar algo, tornar esse lugar melhor. Tolo... Sozinho jamais conseguiria, tentei amar, mostrar o amor, tentei em vão mostrar a bondade, tentei criar pessoas felizes, tentei tocar o coração delas, usei até de poesia para isso. Apenas queria fazer todos felizes, mas se aproveitaram da minha bondade... Mas eu não desisto, por mais que eu tente eu não mudo, jamais poderei mudar o mundo, fazer as pessoas acreditarem no amor, ensiná-las a valorizar os bons momentos, ensiná-las a perdoar, a não julgar, não estereotipar, não rebaixar os outros, não odiar... Defeitos, defeitos, defeitos demais, eu tinha defeitos demais. Cansei... Desistir? Jamais! Não desistirei de ninguém, não desistirei de mim... Vou continuar, continuar tentando mostrar à esse mundo como amar, continuar deixando meu rastro de sangue e penas negras por onde passar, mas afinal, quem é que vai se importar?

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

ESPERO O SOL MAIOR

O Sol permanece no alto,
Brilhando para mim,
Eu me alegro e não percebo que ele se põe rápido,
Sinalizando então o fim.

A Lua toma o seu lugar,
E me banha com tremenda melancolia,
Fazendo-me então chorar,
E pondo fim a minha alegria.

Mas a vida se resume a esses ciclos...
Tristeza e alegria,
Tempestade e calmaria,
Noite e dia.

E quanto mais turbulenta fosse a tempestade,
Mais bela e pacífica seria a calmaria?
O quanto mais melancólica a noite,
Maior e mais grandioso seria o dia?

Se assim for aguardo o maior Sol de todos,
E já posso avistar um pequeno brilho no horizonte,
Seria esse brilho a chegada do dia mais grandioso?
Ou seria a luz melancólica de uma segunda Lua errante?
Não importa, eu esperarei o Sol mesmo assim,
E sei que ele será gigante.

REVENDO AS MAIS PERFEITAS IMPERFEIÇÕES

Eu acreditava não haver perfeição,
Mas era apenas um ponto de vista passageiro.
Perfeito não é a ausência de erros,
Perfeito é quando apesar de erros,
Você não mudaria nada,
Perfeito é quando há o equilíbrio,
Entre qualidades e defeitos.
E revendo esse conceito eu percebo,
Existem pessoas perfeitas,
Da mesma forma existem imperfeitas,
Mas são de perfeições diferentes,
Imperfeições diferentes,
E são essas diferenças que nos levam à balança,
Que decide nossas escolhas,
A diferença entre perfeições,
A diferença entre imperfeições.
No fim percebo que perfeito seja talvez um ponto de vista,
Talvez uma opinião pessoal,
Então revendo tudo isso acabo notando...
Não mudaria nada em muitos dos meu melhores amigos,
Isso faz deles perfeitos?
Acho que ao menos pra mim... Sim.
E eu... Seria eu alguém perfeito?
Perfeito para quem?

domingo, 9 de janeiro de 2011

PERDAS DE GUERRA

Menos um,
Um soldado ferido.
E agora tenho que continuar,
Enquanto este árduo campo de batalha
Retira-me a vida e a vontade,
Retira-me os amigos.
Eu sigo com memórias,
Com boas e más lembranças,
Fazendo a ponte que liga os dois extremos do abismo,
O distância que nos separa.
Eu avanço dificilmente com lágrimas no rosto,
Deixando-as marcar o chão.
Estávamos no mesmo esquadrão,
Desde sabe-se lá quando,
10... 12 anos?
E agora ferido e deixado para trás.
Mas eu carregarei nossas memórias adiante,
Através desse amaldiçoado campo de batalha,
Dessa maldita guerra,
Desse maldito fogo cruzado,
Em que cada passo é um risco,
E a cada risco mais perdas.
Perdi mais um soldado,
Perdi um amigo.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

CONTOS DE UM GAROTO CEGO

Depois de tudo que passei,
De todos os sentimentos que doei a cada um de vocês,
Todas as decepções,
Nunca pude confiar em todos,
Apenas desconfiar de todos.
E agora volto para esta sala tumultuada,
Onde muitos já haviam me traído,
E Então percebo...
Há pedaços do meu coração espalhados pela sala,
No chão,
Na lixeira,
Na sua mente.

O CORREDOR, O BECO, O FIM

Não sabia o que estava fazendo,
Simplesmente abri a porta e entrei,
Caminhei até o final do corredor
Apenas para ver que não havia saída
Ou qualquer outra porta.
Estava preso naquele beco sem saída,
Tentei voar de volta para a porta o mais rápido possível,
Mas as paredes estavam se fechando,
Estavam me sufocando,
E eu me sentia cada vez mais pressionado.
Aquela casa estava me matando pouco a pouco,
E foram minhas escolhas que me levaram até aqui,
Minha imprudência e falta de experiência,
E não havia volta ou saída...
Eu estava encurralado.
E no final...
De que serviram as asas?
Se o teto nunca me deixou voar?

domingo, 2 de janeiro de 2011

A CAVERNA

Eu estava caminhando sozinho ao pé da montanha,
Era noite e o céu estava lindo e estrelado,
O vento uivava entre as árvores.
Estava começando a me sentir cansado,
Resolvi então sentar-me ao pé de uma linda cerejeira,
Apenas para poder descansar e aproveitar a beleza daquele local,
Permaneci assim por pouco tempo, nessa calma felicidade,
Mas como nada é perfeito logo o tempo fecha,
A chuva começa a cair atrapalhando-me o momento.
Fui obrigado a me retirar e procurar abrigo,
Logo avistei uma caverna ao longe,
Assim que entrei nela ouvi algo,
Algo me chamando para adentrar a escura caverna,
Algo como uma canção angelical.
Segui o som hipnoticamente,
Estava escuro demais e vez ou outra eu batia contra a parede ou tropeçava no chão,
E logo me vi mancando e cheio de machucados,
O sangue escorria de um ferimento na minha cabeça e outro em minha perna.
Mas logo eu me deparei com um lago,
Diferente do resto da caverna o lago era iluminado,
Iluminado por fragmentos de luz no teto
Os quais eu não consegui identificar o que eram.
Percebi que o som hipnótico vinha de uma linda mulher no centro do lago,
Ela nadava graciosamente enquanto cantava,
E logo me vi apaixonado por ela,
Entrei no lago e fui em sua direção,
Ela me percebeu e foi ao meu encontro,
Nos encontramos enquanto a água ainda batia em nossas cinturas,
Seus olhos violeta eram penetrantes e me hipnotizavam,
Percebi que a estava beijando sem ao menos saber como aconteceu,
Suas unhas roçavam carinhosamente em minha nuca,
Ao mesmo tempo que doía como se quisessem me tirar a vida.
Seu beijo era doce e confortante,
Ao mesmo tempo que sua língua queimava a minha.
E doía muito, mas simplesmente era uma dor boa,
Boa como nada jamais fora para mim,
Eu sentia-me fraco, perdendo a vontade em meio àquela dor,
E sem que me desse conta eu já havia perdido a consciência.
Acordei na margem do lago sabe-se lá quanto tempo depois,
A menina que me fascinava já não estava mais lá, ela se fora,
Levantei ainda machucado e atordoado,
Sentia-me fraco, e vazio de alguma forma,
A chuva já havia parado,
Saí da caverna e continuei minha caminhada,
Mais não havia mais coração neste corpo,
Não havia mais alma,
Ela havia levado tudo.