Mas um raio de Sol há de me cegar,
Me fazendo em sua direção olhar.
E nessa direção dourada de raios de Sol,
Com a vista embaçada em ouro vejo a forma de uma garota.
E essa garota, não poderia ser outra,
Havia de ser a garota que hei de amar,
Mesmo que naquele instante só a pudesse contemplar.
E quando minha vista pode vê-la por completo,
Ah... Me bateu um tremendo afeto.
Ela sorrindo com as amigas,
E toda a cena passando em câmera lenta.
Eu passava com a visão atenta
Àquele sorriso que quase congelava o tempo,
Trazendo consigo um triste lamento.
Lamento por não ser dono desse sorriso
Que traz a felicidade como aviso.
E quando dias depois eu a reencontrei,
Ah... Tanto me alegrei...
Enquanto conversava com ela eu simplesmente voava,
Eu me tornava os raios ópticos que sua retina absorviam,
E pelos seus cabelos eu viajava.
Viajava em cada detalhe daquele ser,
Aquele que me fazia ser,
Ser alguém um pouco mais abestalhado,
Mais feliz, mais animado.
Me fazendo ser aquele ser que não sabe o que dizer ou fazer.
Pois tudo que ela fazia parecia ser simplesmente calculado,
Cada gesto, movimento e expressão facial,
Cada covinha na bochecha ou lábio movimentado.
Cada ato me encurralava e esperava de mim um retorno,
Tudo parecia almejar a mais perfeita perfeição,
Desde um sorriso à um mexer de mãos,
Cada pequena coisa era uma completa hipnose,
Cada movimento me remetia à solidão.
E eu, me encantando com suas doces palavras proferidas,
Me indagava se era o que o destino me queria,
Esse eterno sofrer pelo que não posso ter?
Uma ilusão pela mais doce paixão?
Ou simplesmente a perda pela demora?
Pela lerdeza...
Porque tomar coragem de tomar pra si um anjo,
É algo que não sei se posso fazer,
Acho que só me resta sofrer...
Meu Deus... Que dó...
Seria mesmo o meu destino terminar sempre só?