sábado, 2 de junho de 2012

OS OLHOS QUE NÃO DECIFREI

Mais um dia normal e chato se passa,
E eu estou no meu ônibus à caminho de casa,
Quando uma menina passa pelo assento vazio do meu lado e depois olha pra mim,
Ela se apoia, da meia volta, e senta ao meu lado.
"Hum, não deve ter sido por mim, mera conhecidência".
Ela começa a mecher em algo no celular,
E eu respondendo mensagens no meu,
Estava ao som de Arctic Monkeys,
E ela, sem fone algum.
Me perguntei que tipo de música ela deveria ouvir,
Tinha cabelos lisos e pretos,
Não consegui ver sua face perfeitamente,
Mas vi que era bela.
Enquanto traçava um perfil psicologico-musical olhando pela janela,
Notava que ela olhava pra mim às vezes.
"Deve ser só sua imaginação,
Não olhe de novo, vai parecer bizarro."
Mal notei que meu ponto já tinha chegado,
Pedi licença com um sorriso e saí.
Assim que saltei e começei a andar em direção à minha casa,
Decidi dar uma última olhada pela janela,
"Quem sabe ela não está olhando pra mim."
E lá estava ela, sentada na janela,
Me olhando com aqueles olhos que até hoje não sei o que eram,
Decepção, admiração, curiosidade, não sei,
Foi uma fração de segundos muito rápido pra dizer qualquer coisa.
Dou um suspiro decepcionado,
"Que pena, dessa vez não era imaginação".
E continuo meu caminho pra casa.

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