Estava deitado em minha cama,
À relembrar aquele quem, um dia, fui eu.
Estava com saudades,
Saudades de mim,
De quem eu era.
Resolvi me sentar e dei de cara com meu espelho,
Fiquei lá parado,
À observar aquele reflexo...
"Quando foi que você ficou assim?"
E nada me foi respondido...
"Quando foi que você se tornou tão ruim?"
"Quando foi que você deixou de ser tão puro?"
... Silêncio...
As lágrimas já se formavam em meu rosto,
E aos poucos eu levantava o tom de voz...
"Quando você se tornou incompreensivo!?"
"Quando você se tornou agressivo!?"
"Quando você ficou tão egoísta!?"
Minha última pergunta tornou-se um grito,
Minha face, agora rubra,
Tinha lágrimas riscadas,
E mesmo assim eu só ouvia o silêncio...
"Quando foi que você perdeu a fé nos outros!?"
"Quando foi que você perdeu a calma e a paciência!?"
"Quando foi que você se tornou orgulhoso!?"
"Quando foi que você parou de amar!?"
Eu agora estava tomado pelo desespero,
E aquele silêncio como resposta apenas piorava,
Me envolvia e me enchia de agonia...
"Quando foi que você se tornou tão alheio à dor dos outros!?"
"Quando foi que você começou a machucar as pessoas!?"
E com esse meu último grito eu recebi minha resposta,
Fui respondido com o som do espelho se quebrando ao meu soco,
Pelo som dos cacos ao chão e meu grunhido de dor.
Fiquei lá estagnado...
Chorando com meu punho travado no que restava do espelho,
Enquanto o sangue lentamente escorria da minha mão.
Enquanto o sangue lentamente escorria da minha mão.
Olhei para o chão e vi um terço da minha face refletida num caco do espelho,
E uma gota de sangue caiu bem sobre o reflexo da minha testa.
Recolhi minha mão e a apertei contra o peito...
"Quando foi que você se tornou eu?"
E uma gota de sangue caiu bem sobre o reflexo da minha testa.
Recolhi minha mão e a apertei contra o peito...
"Quando foi que você se tornou eu?"
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