Estou no ônibus à caminho de casa,
Fico tão concentrado à olhar pela janela e pensar sobre a vida,
Que acabo nem notando a garota que se senta ao meu lado.
Ela joga seus cabelos para o lado e eles caem no meu braço,
Depois ela se ajeita na cadeira de forma que seu braço fique encostado no meu.
Eu normalmente ajo por reflexo e retiro meu braço,
Mas dessa vez eu o deixei, nem eu sei o porquê.
Começo a pensar se ela me viu assim que entrou,
Se já pensou em vir sentar logo do meu lado,
Se me viu enquanto procurava onde se sentar,
E mil "ses" e histórias se desenrolam na minha cabeça.
Eu tava gostando até mesmo daquele mísero contato,
Do braço dela encostado no meu,
E os cabelos dela sobre minha mão.
Eu escutando Avenged Sevenfold com meu Ipod e meus fones de ouvido,
E a tela do celular dela me dizendo que ela ouvia Blink 182.
"Droga, não deu nem pra ver o rosto dela direito".
Eu tento dar uma olhada discreta pro lado,
Mas não enxergo a face além daqueles cabelos enrolados que a cobriam.
Pouco tempo depois ela se levanta,
Puxa a corda, e vai em direção à porta do ônibus.
"Droga, ainda não deu pra ver o rosto dela direito".
O ônibus para, ela salta,
E eu fico a observar pela janela se ela chegará a passar,
Meu ônibus parte, e eu não a vejo,
"Ela deve ter ido pra outra direção...
É uma pena, não pude ao menos ver seu rosto direito..."
E assim aqueles breves minutos foram embora,
Junto com a interrogação que ficou na face dela.
"Ah, será que um dia ainda irei vê-la?"
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