quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

SOBRE UM CANTO ESPECIAL DA MINHA PRATELEIRA DE MEMÓRIAS

Me dói dizer, pensar,
Admitir e aceitar,
Mas me dói mais saber
Que nosso tempo é curto,
Que nossas poucas horas juntos
Não são nada
Perto das horas restantes do ano,
E que logo se perderão
Em meio a rotina angustiante
Das horas monótonas
Que não se comparam
Às horas com você.
E tudo o que me resta fazer é aceitar,
Parar o relógio
E fotografar estas rápidas horas,
Guardá-las na minha tão imensa
Prateleira de memórias e lembranças,
Torcendo e esperando
Para que ela não se perca,
Não seja coberta de poeira
Ou até mesmo seja danificada
Com o menor dos danos,
Mudando o ponteiro em 15º
Para a direita ou esquerda
Distorcendo toda a memória
E fazendo-a parecer deformada e confusa.
Eu não quero perdê-las,
Não quero perdê-la.
Ao contrário, queria prolongá-las
De forma que ocupasse uma prateleira inteira
Ao invés de apenas um canto dela.
Mas me dói dizer, pensar,
Admitir e aceitar,
Me dói ainda mais saber
Que isso não vai acontecer.

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