quinta-feira, 8 de março de 2012

UMA PREÇE AO DEUS DO TEMPO

Não sou homem de fé,
Não sou homem de rezar,
Mas aqui estou hoje pra falar com aquele que faz o tempo passar.
Vou pedir pra ele,
Assim, de joelhos e pés juntinhos,
Para que o tempo passe um pouco mais rapidinho,
Para que chegue logo o dia,
O dia em que irei rever minha amada
E compensarei com muito amor toda a tristeza em lágrimas afogada.
Sou torturado pelo tempo como Prometeu é pelas águias.
Aqui o tempo há de ser tão devagar,
Ele come meu interior deixando apenas a saudade do amar.
E tudo se regenera e recomeça no outro dia,
Ver minhas saudades parece ser como um caro whisky para aquele que me tortura,
Ele bebe aos poucos e se deleita, não há maior fartura.
Mas por quê há de me jogar tamanha maldição?
Se contra o tempo jamais pude pecar?
Ao contrário, sorrio e convido-o para entrar...
Aproveito-o, Agradeço-o...
Sento-me ao seu lado e o acompanho na bebida,
Então por quê há de criar em mim tamanha ferida?
Seria apenas por eu ter roubado um pouco do tempo para fitá-la mais um pouco?
Isso faz de mim um ladrão?
Seria essa a causa dessa maldição?
Eu imaginava contar os dias até revê-la,
Mas me pego contando as horas, minutos, segundos,
Parece que se eu não vê-la logo será o fim do meu mundo.
Então, para tu, tempo, peço perdão,
Volto a pedir de joelhos um tempinho ao lado dela,
Pois cansei de me pegar pensando nela.
Quero-a novamente ao meu lado,
E se tu, tempo, quiseres parar,
Ao menos pare quando estivermos a nos beijar.
Ah! Ao lado dela o tempo podia até congelar,
Eu não me importaria,
Ao contrário, agradeceria.
Então peço-lhe, tempo, faz o tempo andar,
Faz o tempo andar até que ela esteja comigo,
Retira de mim esse castigo.
Oh, tempo, por quê não pode correr quando estamos a sofrer?
Por quê és tão lento quando estamos em lamento?
E ainda pior, por quê há de disparar apenas quando queremos amar?

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Olá, meu caro leitor. Faça um escritor carente e necessitado feliz, deixe seu comentário.