Sentado sobre as pedras que seguravam a praia,
Via a maravilhosa vista que era o Rio de Janeiro à minha frente,
O Sol se punha e dourava o cristo redentor ao longe.
Minha mente continuava fixa nela,
Como sempre estava, fixa nela,
Amando a lembrança e abraçando o vazio que ela havia deixado,
Chorando as saudades e sorrindo às cartas trocadas.
Então foi que, quase sem querer, notei um barco que entrava na baía,
Pensei ser mentira, eu deveria estar delirando.
Corri até a praia e então pude ver com certeza...
O barco que se aproximava... Eu o conhecia,
Era o barco onde nós dois pescávamos nossos sonhos.
Vi meu amor naquele barco, meu amor Era aquele barco,
Parei de chorar as saudades e chorei a alegria,
Parei de amar a lembrança e pensei no amor que seria a presença,
Parei de abraçar a ausência para preparar meus braços para abraçá-la.
Ela havia vindo para mim,
Havia vindo matar aquilo que me matava.
Mas quando o barco se aproximava da praia,
Aquelas águas negras o tragaram para o fundo.
Eu pude ver o barco rachar e se partir.
Nadei desesperado até o barco,
Mas foi apenas para olhar de perto os destroços.
Mergulhei numa tentativa de salvar meu amor,
Mas também fora em vão.
Meu amor havia se afogado naquelas águas escuras,
E eu, já começava a chorar a morte,
A abraçar a morte,
E voltando a amar a lembrança.
Pois o nosso barco havia naufragado,
Meu amor havia se afogado,
Tragado pela Baía de Guanabara.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Olá, meu caro leitor. Faça um escritor carente e necessitado feliz, deixe seu comentário.