quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

UM CORPO CHEIO E UM CORAÇÃO VAZIO

E quem diria que tua vida iria por acabar assim?
Sendo pega em cada esquina, cada botequim,
Você jogou seu nome no lixo,
Se entregando pra qualquer um feito bicho.
Desarmou seu orgulho e perdeu um coração,
Entrou pra lista da enumeração,
Pegou vinte e seis, trinta e dois,
Mas e depois?
Os números que você conta devem estar te contando agora,
Todos rindo, falando "peguei e joguei fora".
Seus números não lhe servem de nada,
É apenas uma competição acirrada
À espera de um troféu e talvez reconhecimento.
Tão tola, assim eu só lamento.
O reconhecimento que espera não lhe será em nada bom,
Vendendo assim seu corpo por qualquer atração.
Teus números não mostram nada, vendida dama,
Se ainda choras sozinha em tua cama,
Procurando satisfazer o que um dia foi um coração
Enquanto apenas teu corpo recebe satisfação.
A linda dama por quem me apaixonei morreu,
E todo seu amor próprio também desapareceu,
Só espero que não o esteja fazendo para me provocar,
Pois assim só terá a lastimar,
Ou até pior, que o esteja fazendo para me esquecer,
Pois ver você assim por minha culpa me faz sofrer.
Ainda vejo alguns raros lampejos do que você realmente é,
Mas não sei se são apenas lampejos ou se há alguma esperança,
Então me diz o que você realmente quer,
Devo continuar nessa inútil dança?
À distância dançamos um flamenco,
Eu a observo e lamento,
Eu não sei se te deixo a dançar sozinha com seus muitos pares,
Ou se me aproximo e te devolvo você,
Essa incerteza me da novos ares,
E a tristeza de uma vida sem mais te ver.

2 comentários:

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