quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

MENTIRAS PARA A LUA

Ela caminhava descalça,
Por solos quentes e terras secas,
O calor do Sol lhe secava,
Retirando sua vida aos poucos.
E ela mentia para a noite,
Sim, ela mentia para a noite.
A Lua, comovida por seu sofrimento,
Prometeu-lhe uma noite cheia de estrelas,
Prometeu-lhe gélidos ventos para suavizar o que o Sol havia queimado,
Prometeu-lhe a escuridão para envolvê-la e abrigá-la.
Mas ela mentiu para a noite,
Sim, ela mentiu para o noite.
Mas mesmo as sombras, ventos, estrelas e escuridão,
De nada adiantariam,
Pois ela insistia em andar sob a luz do Sol,
Queimando seus pés, sozinha num deserto árido.
Foi porque ela mentiu para a noite,
Sim, ela mentiu para a noite.
A lua veio enquanto o Sol ainda queimava,
E como poderia isso?
A Lua não fora capaz de competir com o brilho do Sol,
Ela acabou também por se queimar.
Tudo porque ela mentiu para a noite,
Sim, porque ela mentiu para a noite.
E quando o Sol se foi, a Lua já havia se queimado demais,
Já não restava forças para suavizar,
E então a garota suplicou tudo o que lhe foi prometido,
Mas a Lua já não tinha nada para oferecer.
Esse foi o preço pago por ela ter mentido para a noite,
Sim, ela mentiu para a noite,
Mentiu dizendo que já não era dia.

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