Os três amigos haviam se apaixonado,
E pela mesma mulher começaram a brigar,
José de Alencar, Vinícius de Moraes e Jorge Amado,
Decidiram que pelo amor da dama iriam disputar.
José foi o primeiro,
Disse que usaria da educação e sensualidade para conquistar,
Era um cavalheiro, tinha certo dinheiro,
Levou a dama para jantar.
Abriu-lhe a porta do carro, beijou-lhe as costas da mão,
Até puxou-lhe a cadeira para sentar,
Disse que sem ela morreria em vão,
Assim consegui-a beijar.
Mas de nada havia adiantado,
Pois seu coração ele não conseguira conquistar,
Havia sido cavalheiro e educado... Mal-amado,
Só restava se lamentar.
Vinícius de Moraes fora o segundo,
Disse que para ela iria tocar e cantar,
Era um compositor profundo,
E até à praia decidiu a levar.
Para ela ele compôs, tocou e cantou,
Era uma melodia serena que faria ela se entregar,
Mas que de nada adiantou, nem um beijo ganhou,
Pois foi incapaz de fazê-la se apaixonar.
Os dois amigos se juntaram de coração partido, ferido,
Foram ao bar beber e chorar,
Era então a vez do terceiro amigo,
Que já estava a gargalhar.
O terceiro fora Jorge Amado,
Chamou-a à própria casa para conversar,
Romântico, levou-a ao telhado,
E sob o céu estrelado começou a se declarar.
Recitou seu poema de palavras tão belas,
E ela começou a se encantar,
Mas foi no jantar a luz de velas sob a vista da janela,
Que começaram a namorar.
E então o tempo passou,
E ele queria se casar,
Na frente dela se ajoelhou,
Apenas para ver o coração quebrar.
Ela disse que não queria casamento,
Queria apenas um par,
Deixou-o nesse eterno sofrimento,
Desesperado a chorar.
José de Alencar, Vinícius de Moraes e Jorge Amado,
Todos juntos num bar,
A amizade inteira haviam reatado,
Pois tinham em comum o chorar.
Depois de um tempo acabaram por descobrir,
Que aquela mulher acabara por se casar,
Nada conseguiram sentir,
Além de um leve pesar.
Jovem, jogador de futbol e corpo atlético,
Pai rico, jamais tivera problema em gastar,
Mas possuía um espírito fétido,
Pronto para a enganar.
Comprou-lhe um carro, um anel de diamantes e uma casa,
E foi o suficiente para ela se encantar,
Tinha os olhos brilhantes que não serviram de nada,
Pois iria se decepcionar.
De tanto se iludir, não sentia o que estava por vir,
Como teria certezas pelos presente que só se podiam apalpar?
Ele logo começou a lhe trair,
E foi o suficiente para seu coração quebrar.
Os três amigos nada podiam fazer,
Apenas lastimar,
Pois eles tinham tanto a oferecer,
E ela se apaixonara por alguém sem nada para dar.
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