Ainda não consigo aceitar essa minha mudança de forma, esse novo “estado adulto”, sei que preciso dele, mas tenho medo, muito medo. Sei que preciso dele agora, mas também sei que é só agora. Preciso ser adulto, mas não quero, tenho medo de me perder, de não voltar a ser eu mesmo. E depois que eu não precisar mais ser adulto? Poderei voltar a ser jovem? Poderei voltar a ser eu mesmo? E se eu não conseguir? E se eu ficar preso nesta nova forma e não lembrar como eu era(como sou agora)? E se eu acabar como um jovem adulto, acho que assim ao menos terei metade de mim.
Mas o que seria o adulto? O responsável e maduro ser humano? Pra mim é um ser humano machucado e ferido, vítima de anos e anos como testemunha do mundo podre em que vivemos. O adulto é ruim, falso, frio, ele é o fruto da corrupção da inocência infantil através do tempo. Eu não quero me perder num mundo adulto, num mundo de relógios e rotinas, eu tenho medo, tenho medo de não ser eu.
As vezes não sei se o adulto é ruim por ser adulto ou por ser humano, acho que de ambos é a culpa. Eu posso então ser adulto, mas sem ser humano, talvez assim eu não me perca, ao menos que por completo, sei que se for pra ser os dois eu vou me perder, vou virar apenas mais um, sem pensamento próprio, ou apenas com o pensamento próprio. Serei adulto sem ser humano, ao menos que temporariamente, eu serei adulto. Depois que não mais precisar eu voltarei a ser eu mesmo, ou talvez uma miscigenação, um jovem-adulto, e isso eu não posso prever, pois o futuro é incerto. Me entregar desse jeito ao mundo, é incerto.
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