Sentados juntos sob a noite de temporal,
Naquele velho lugar que você um dia me mostrou,
Lá ninguém nos conhecia,
Nem ao menos nós mesmos...
Esperávamos pela nossa Lua cheia,
Que de tão tarde sua vinda já perdíamos as esperanças,
Estávamos de mãos dadas e sua cabeça apoiada em meu ombro,
O silêncio às vezes quebrado pelo som de nossos beijos,
Nossos perfumes misturavam-se ao cheiro da chuva e ao ar,
Assim como seus cabelos a voar.
Sob as ruas lá em baixo,
Víamos todas se enchendo d’água,
Alagando-se em lágrimas junto comigo.
Você apertava forte minha mão,
Conforme os trovões ricocheteavam no céu,
Atingida por um raio,
Uma árvore caiu abaixo de nós no meio de um caminho,
Logo naquele velho caminho que você costumava usar.
Você me disse que estava com medo,
Que jamais havia visto tamanha tempestade,
E que tinha medo de tomar outros caminhos e acabar perdida,
Agora que a árvore em chamas lhe bloqueia a passagem.
Eu te disse para não se preocupar,
Por enquanto estávamos por cima,
Deixaríamos as preocupações para quando descêssemos,
E que quando o momento chegasse bastaria me dar a mão,
E eu te guiaria por caminhos entre a luz e a escuridão.
Você então se recusou,
Disse que aquela tempestade era sua,
E que não podia me envolver,
Disse que esperaria sozinha até seu Sol aparecer,
Você me expulsou daquele nosso lugar,
Quando tudo o que eu mais queria era ficar.
Você ficou e esperou querida,
Sua tempestade está no fim,
A Lua está quase indo embora,
Mas cadê o seu Sol querida?
É... Talvez ele não virá dessa vez,
Você mandou ele não se misturar com a Lua,
Você o fez fugir querida...
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