Nós dois juntos,
O vento uivando,
A mar balançando aos nossos pés,
Todas as minhas cartas,
Agora trancadas,
Numa caixa esquecida no armário.
Folhas de outono ao vento,
Todas com nossas palavras nelas escritas,
Você segura uma folha qualquer,
Onde dizia “jamais duvide de mim”,
Eu segurava uma folha qualquer,
Que dizia “Sem você tudo é mais difícil”.
E enquanto a orquestra tocava nossa música,
Em pleno dia 23,
Sob a luz da Lua cheia,
Íamos nos afastando,
Andando de costas sem tirar os olhos um do outro,
Enquanto as estrelas cadentes,
Lentamente desciam o céu,
Sem realizar nenhum dos meus desejos.
Foi você quem mandou querida,
Estou retrocedendo,
Ou será que é você?
Você gritava e reclamava,
De cada passo que eu dava em outra direção,
Mesmo você sabendo que foi você,
A causadora da minha perda de equilíbrio.
E de repente aquela praia foi se tornando um deserto,
O outono tornava-se inverno,
A Lua estava tornando-se o Sol,
E a fênix ao longe morria novamente aos poucos,
Tornando-se apenas cinzas sem poder ressuscitar.
Acho que na verdade foi você quem andou de costas,
Eu apenas permaneci no lugar,
Gritando em vão,
“Se você se importa,
Me chame,
Proclame meu nome,
Antes que seja tarde,
Pois eu posso não voltar.”
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