sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

O REI DO CASTELO TOMBADO

Ele permanece com sua pose real,
O peito estufado,
O sorriso fácil,
A coroa simples exibida para todos.
Ele nunca fez questão de ouro ou prata,
Por mais que pudesse pagar por todo ouro do reino.
Mas mesmo assim exibia sua bela coroa
E estufava o peito com seu título de Rei,
Mesmo que o castelo seja apenas um fantasma de outrora.
A muralha forte e impenetrável ainda de pé,
Os portões fixos, bem sustentados,
O castelo por fora ainda mantinha sua beleza,
Ainda mantinha o esplendor dos tempos passados.
Mas quando o Rei voltava para o seu reino,
Só ele via os móveis quebrados,
As paredes empoeiradas,
O teto cheio de aranhas.
Sempre o elogiavam...
Depois de tantas investidas,
Tantas catapultas e aríetes,
As defesas pareciam impenetráveis,
Quando, na verdade, era o interior que tomava o dano.
Agora ele senta em seu trono,
E chora com as mãos na face,
Olhando todos os seus fantasmas
Ainda apontando para a muralha
E gritando "tragam as catapultas".
Mas agora nem isso o Rei possui,
O castelo está começando a tombar
Alguns tijolos já estão fora do lugar
E os suportes dos portões estão desgastados.
É apenas uma questão de tempo
Até que sua coroa se faça em pó
E o castelo tombe,
Mostrando o que há tempos sempre fora,
Um depósito de móveis velhos e quebrados,
Um ninho de aranhas e traças
Cheio de poeira e fungos.
É apenas uma questão de tempo
Para que as muralhas caiam
E os invasores vejam que o castelo
Já foi tomado há muito tempo
E não há nada para saquear
Além de uma coroa velha,
Um trono aos pedaços
E a vida de um Rei de escombros.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Olá, meu caro leitor. Faça um escritor carente e necessitado feliz, deixe seu comentário.