Às vezes eu fico aqui a olhar o Sol,
Fico a admirá-lo por tanto queimar,
Nunca vi chama tão bela, tão dourada,
Tudo que ele toca, queima, e embeleza-se.
Ele queima o céu todo o dia,
Deixando cada vez mais belo,
Laranja, vermelho, rosa,
Seu fogo é cor, é luz, é beleza.
É aí que eu vejo que aquilo que queima,
Aquilo que deveria doer, às vezes embeleza.
Às vezes nos faz reagir de formas não esperadas.
E sabe, aquilo que realmente deveria me queimar,
Jamais me queimou como queima a ausência,
Que não deveria queimar.
Olho pra essa minha mão queimada,
Lembro de todas minhas queimaduras passadas,
Acho que nada jamais será igual àquela queimadura que tenho aqui dentro,
Aquela já negra, cheia de bolhas.
Olho novamente pra minha mão,
"É, foi o preço por tocar em quem não deveria ser tocada..."
Boto a minha mão queimada sobre meu peito,
Aquele que abriga o coração em brasas, em cinzas.
Sabe... talvez meu coração seja o Sol,
Já queimado, ele queima alguns mas ilumina e embeleza a outros,
Ou quem sabe meu coração seja o céu,
E a dor seja o Sol,
Pois aquilo que deveria me queimar,
Tornou meu coração em carvão,
Mas por fora...
Por fora há beleza, há luz,
Por fora, aquilo que deveria queimar, embelezou.
Meu coração queimado não queima,
Só me traz novas cores,
Para poder distribuir novas cores.
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