sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012
UMA CAIXA DE SONHOS
Acordei do meu sono da tarde e reparei que havia uma pequena caixa repousada sobre a mesa. Dei uma olhada e percebi uma anotação: Do seu amor para o meu amor. Era dela, a caixa era dela. Abri a pequena caixa e foi algo como uma explosão, vinha dela um som encantador, sem toca discos, sem caixas de som, um som mágico vindo do nada, algo como "she loves you, yeah, yeah, yeah!". E junto desse som veio algo como uma forma, algo mágico e sonoro, que me envolveu como se eu pudesse vestir-lo. Fui me aventurando na infinidade que era aquela caixa, algo como uma outra dimensão, uma mais bonita, com mais amor. Achei uma pequena garrafa, onde dentro dela podia ser visto nós dois numa pequena ilha... Corações voavam no céu da garrafa, eu estava deitado na rede com ela, nossos filhos já dormindo e o céu a nos observar... Depois a imagem da garrafa mudou, como se o tempo houvesse passado, mas a música ainda era a mesma. Estávamos idosos agora, sentados na beira da praia, só nós dois e mais nada. Encontrei também oito envelopes, que fui abrindo um por um, conforme marcava a numeração escrita neles. No primeiro saíram palavras, palavras e mais palavras, que aos poucos se organizaram e formaram frases na minha frente, frases e mais frases, frases tão belas... No segundo saíram sorrisos, sim, isso mesmo, sorrisos. Um dos que saíram simplesmente se estampou na minha face e permaneceu lá, estando até hoje. No terceiro saiu um sonho, um sonho em palavras, mas que carregavam imagens, estranho não? Complicado até de descrever. Mas não parecia bem um sonho, parecia mais uma previsão, algo como uma visão do Oráculo de Delfos. No quarto envelope haviam formas, formas foram saindo do envelope e voavam pelo ambiente, até se juntarem em formas menos abstratas e mais concretas, e aos poucos tornou-se um desenho, um abraço, um amor. Do quinto, saíram pequenos corações, voando ao meu redor, seguindo um coração ainda maior, algo como um cardume de corações, se isso for possível. Mas lembro que o coração maior tinha algo inscrito nele, algo como "você é diferente". A música ainda tocava e eu ia abrindo o sexto envelope, que tinham letras, letras sem nexo, que não formavam palavras nenhuma, mas aos poucos fui percebendo que algumas delas formavam, sim, palavras, algumas palavras soltas no meio da confusão de letras, algumas palavras que formavam uma frase: eu amo muito você. Com aquele sorriso ainda grudado na minha face eu fui abrir o sétimo envelope, que continha fotos, e da mesma forma que palavras haviam carregado imagens, imagens(as fotos) carregavam palavras dessa vez, carregavam um nítido "eu te amo". Ainda está estranho não? Mas quem sou eu pra julgar a magia que é o amor? Fui para o último envelope, o oitavo, e quando o abri saíram palavras rolando como nos créditos de um filme, era algum tipo de agradecimento, com ainda um desejo no fim, sim, um desejo... Larguei uma lágrima na caixa e a fechei, mas a mágica ainda ficava... O sorriso ainda grudado no meu rosto, aquele amor ainda me vestindo, a música tocando agora em meus ouvidos, todas as visões, promessas e desejos na minha mente... Sabe, aquela caixa era meu passado, é o meu presente, e virá também a ser o futuro, pois assim disse o Oráculo de Delfos.
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Ooi!
ResponderExcluirOlha, tu escreve muito! Destroi. Adoro teus textos. Eu criei um blog um dia desses: lindahiperidrose.blogspot.com
Olha lá! Espero que goste! Abraço!