quarta-feira, 2 de setembro de 2015

ALGUÉM

Alguém, que
Do fundo de um salão mal iluminado
Recite-me Shakespeare.
Alguém, que
Do alto de uma montanha nebulosa
Cante uma bela serenata em falsete.
Alguém, que
Com apenas um cadeado,
Se tranque à tantas chaves quanto uma virgem insegura.
Alguém, que
De um gramado frio e deserto,
Aponte-me as constelações de um céu noturno.
Alguém, que
Saiba me embriagar
Como o mais rude dos taberneiros.
Alguém, que
Ao fechar os olhos em sono,
Evoque a paz celestial dos anjos.
Alguém, que
Saiba adoçar meu café matinal
Com o mais doce e sincero sorriso.
Há tantos alguéns aí fora
Para um ninguém como eu.

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