Para de andar um pouco e olha pra trás,
Olha a distância que você já está...
Eu ainda estou muito atrás, querida.
Eu não posso acompanhar seus passos,
Eu não posso seguir sua dor.
Seus olhos frios ainda me observam caminhar,
Eu ainda observo suas costas a se afastar.
E o caminho que você seguiu
Eu simplesmente não pude ir atrás,
Simplesmente deixei o atrito me parar.
Onde está você agora?
Onde está a gente?
Olha o quão longe fomos parar...
Esquecemos de baixar as velas
E deixamos o tempo nos levar.
Quando foi que seu sorriso virou minha mágoa?
Quando foi que as verdades começaram a se confundir com as mentiras?
A partir de que momento eu comecei a odiar?
A partir de que momento eu comecei a amar?
E você? Se é que já sentiu ou sente qualquer um dos dois...
Porque estamos dirigindo tão rápido?
Eu sentia seu olhar frio...
Sentia sua intenção assassina vinda do carro que bateu no meu.
E onde foi parar o meu cadáver?
Ensanguentado com a mão estendida na sua direção?
Quando foi que o carinho virou agressão?
E quando que as algemas que deveriam ser usadas somente na cama
Foram pra fora das nossas quatro paredes?
Quando foi que tanto sangue foi derramado?
Há quanto tempo que eu tento limpar essa mancha do meu tapete de "boas-vindas"?
Eu não sei... Você sabe?
As coisas estão tão confusas,
Os mundos estão tão misturados,
Tão distantes de nós...
Olha onde a gente foi parar...
Quando que a dor ficou assim?
Quando que a pena veio à tona?
E o nojo? A repulsa?
Eu ainda não acredito que sou capaz de odiar, e você?
Olha o quão longe você me pôs...
Olha onde fomos parar, querida...
Você ao menos sabe onde está?
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Olá, meu caro leitor. Faça um escritor carente e necessitado feliz, deixe seu comentário.