quinta-feira, 15 de novembro de 2012

CAMINHO SEM VOLTA

Acho que estou numa estrada sem retorno,
Entrei naquele famoso "caminho sem volta".
Sigo com minhas passadas regulares e lentas,
Que quase não percebo que ando,
Até que algum passo desritmado se adiante um pouco mais que outro
E dê aquela sensação de aumento de velocidade.
Aí é quando percebo que saí do lugar,
Resolvo olhar pra trás e vejo o quanto já andei sem perceber.
Um muro me impede de voltar e parece me seguir,
Tanto que a cada vez que olho para trás ele está na mesma distância de mim.
Mas sei que andei, sei que andei porque a paisagem não é a mesma,
Porque meus pés gritam os passos que deixei no passado,
E o coração parece cada vez mais cansado.
O pior que já sei até onde esse caminho me leva,
Já conheço o abismo negro que me aguarda no fim da estrada,
Mas é difícil não continuar andando.
À cada passo nesse caminho o próximo passo fica mais fácil,
Até que chega um ponto em que fica automático,
E depois disso já não há volta,
Espero o momento que aparecerão esteiras rolantes pra adiantar meus passos,
Ou alguém pra me levar nas costas.
Dizem que há como voltar se você tiver alguém,
Alguém pra te puxar com uma corda
Ou até mesmo com um beijo,
Pra quebrar o muro que te impede de voltar
Ou até mesmo a hipnose que te faz seguir.
Alguém que seja a mão estendida,
Um farol pra te guiar de volta,
Ou uma pedra que não te deixa continuar.
Já não sei se isso é verdade,
Talvez porque não tenho ninguém pra me apoiar
Ou pra me prender.
Mas se tem alguém lendo isso,
Saiba que te deixo ser a minha pedra,
O meu farol, a minha mão,
E até mesmo meus olhos e pés,
Saiba que eu não só te deixo,
Como também quero que você seja meu alguém.

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