segunda-feira, 13 de agosto de 2012

ENTRE QUARTOS E RUAS

E neste novo quarto frio
Aborreço-me com suas paredes e estantes,
Porque apesar dessas coisas, bastantes,
Ele ainda há de ser vazio.

E assim o sendo,
Faz de mim também,
Vazio e sem ninguém,
Da solidão, bebendo.

Este quarto tem um teto que me impede de voar,
E das janelas os prédios me bloqueiam a vista,
Então só me resta olhar pra pista
Quando só queria ver o mar.

Aqui tudo me enclausura,
Meu cabelo já não voa,
Porque o vento aqui não ecoa
E já não me traz a sua cura.

O vento aqui só assobia,
Triste como um lamento,
Descontente vento
Dessa noite fria.

E esta cama que anda tão vazia,
Fria, já não sente o calor de outros corpos,
Apenas se lembra dos amores mortos,
Abandonados pela vida.

Saio do quarto
E fecho a porta,
Essa outra vida torta
Já me deixa farto.

Sou feliz pelas ruas,
Pelos bares de esquina
À procurar pelo amor de uma menina
Debaixo de tantas Luas.

Sou feliz onde parede não houver,
Onde o vento dança,
E o amor não cansa
De ser a mesma mulher.



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