domingo, 28 de agosto de 2011

ESPECTRO

Vejo você distante,
Branca como sempre fora,
Com aquele longo vestido preto
Naquele cemitério antigo
Coberto por neblina.
Você está quase que transparente,
Posso ver através de você
E você está desaparecendo.
Desaparecendo em meio às sombras
Assim como quando veio à mim,
Querida anja da noite.
Ou seria eu que teria ido a você?
Alguém te chama,
É, também posso escutar,
Também posso ver.
Posso ver também que você é incapaz.
Incapaz de dar uma mão a mim
Para atendê-lo com a outra.
Não, você não se contém,
Se entrega por inteira,
De corpo e alma,
E se esvai...
Você está desaparecendo,
Se distanciando, sumindo,
Está escutando o fantasma em você.
E como um espectro em meio à noite de neblina...
Você parte para outro plano...
Não, você não morreu,
Quem morreu foi o meu “eu” que estava em você.

Um comentário:

  1. "Não, você não morreu,
    Quem morreu foi meu “eu” que estava em você."

    Ótima tirada. Muito bom ;)

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