segunda-feira, 1 de agosto de 2011

DESMORONANDO-ME EM MIM MESMO

Querida, eu estou desmoronando.
Tudo que construí em mim,
Cada viga e tijolo que me faz ser eu...
Está tudo desmoronando.

E enquanto caio em pedaços eu grito por ajuda,
Eu gritava por você, eu podia vê-la.
Estendi a mão numa tentativa tola de alcançá-la
E por incrível que pareça você a segurou.
Mas foi apenas para puxar-me o ouvido à sua boca
E não foi para lamber-me a orelha desta vez,
Foi para me matar com palavras sussurradas de mistério.

Você disse que aquilo era pro meu bem,
Disse que estava me curando,
Mas acho que você exagerou na dosagem do remédio.
Mas não se preocupe mais, querida,
Estou te libertando de ser minha enfermeira, minha médica,
Você pode até aprender a curar doenças e outras dores,
Mas você não sabe curar um coração.

Lembra daquele prédio antigo que moramos?
Aquele que eu construí dentro de mim pra abrigar seu coração?
Ele também está desmoronando, querida, tijolo por tijolo.
E sou eu quem dou minha cabeça à cada tijolada,
Sou eu quem vê o próprio sangue ao chão.

Mas não se culpe querida,
Não se culpe quando ouvir o baque surdo do meu cadáver ao solo,
Soterrado por milhões de tijolos verdes com vermelho, azuis com branco...
Infelizmente, essa é a nossa realidade querida.
Mas, por favor, não se culpe, apenas seja feliz.
Pois amo seu sorriso, amo sua energia,
A culpa é minha por ter me apaixonado por você.

2 comentários:

  1. Seus textos são excelentes Vinícius, possivelmente um dos melhores blogs que li, de verdade.. parabéns pela sensibilidade. :) Seguindo. o/

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  2. ah, muito obrigado, bom saber que alguém curte, também gostei do seu blog e estou seguindo o/

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