A vida é como uma eterna viagem, ou uma estrada sem fim, vamos todos dirigindo carros, motos, em alta ou baixa velocidade, respeitando ou não as placas e sinais, sem mapa, sem saber se iremos chegar ao nosso destino, às vezes sem saber ao menos se temos destino.
Alguns vão mais rapidamente, gostam da emoção e do risco, outros vão mais devagar, inseguros e com medo de acidentes. Independentemente da velocidade, todos temos que frear bruscamente as vezes, seja para não atropelarmos alguém ou para parar e pensar se estamos no caminho certo, dar ré também é sempre necessário, e quanto a isso não se escolhe velocidade, ela é sempre mais demorada, precisamos ter calma, paciência, e força de vontade.
As vezes pegamos atalhos mais fáceis e acabamos nos perdendo, as vezes pegamos curvas enormes que nos levam ao mesmo lugar. É necessário em certos momentos parar e pedir informação, e sempre há aqueles que pensam poder achar o caminho sozinho, e são esses quem mais precisam de orientação. Também é necessário dar carona aos amigos sem querer nada em troca, apenas e ligar o som e cantar com eles. Às vezes é até bom dirigir em voltas de 360º quando o clima é favorável e a paisagem é bela.
Constantemente acabamos batendo ou sofrendo acidentes, são cortes, hematomas e sangramentos que muitas vezes deixam cicatrizes para o resto da vida. Apenas porque bateram uma vez, muitos tem medo de tentar de novo, é bom confiar em alguém, jamais deixar se traumatizar, apenas voltar a dirigir sem medo.
Há veículos sem placa, que apenas seguem e imitam outros, há motoristas sem capacetes ou air-bags, que dirigem sem medo e querendo aproveitar, há veículos de farol quebrado, que ao menor sinal de escuridão já dificulta a vista de quem dirige, há motoristas que não respeitam os sinais e se machucam com mais freqüência. Há diversos motoristas e veículos, mas há apenas uma estrada, em que todos seguimos juntos e sozinhos, atropelando e freando, se machucando e amando.
E se a vida é mesmo uma estrada, então sou o motoqueiro que anda à noite a 150km/h, sem capacete e de farol quebrado, cheio de cortes e hematomas, cheio de medo mas sem hesitar, com os cabelos ao vento e minha amante na garupa.
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