terça-feira, 25 de agosto de 2015

NERUDA

    Depois de uma viagem de quase três semanas pelo Chile, eu vejo o que você tanto amava no lugar... As paisagens tão belas, esculpidas pela mão do divino; as altas montanhas com seus cumes de neve em pleno verão, os lagos cristalinos, esmeraldas; as matas, reservas naturais, florestas... Ah, o verde! Todo o verde e o azul do chile me encantaram! Isso sem contar os pinguins, as lontras, os pássaros, as uvas e o vinho, o tão famoso vinho chileno.

    Te entendo, meu bom mestre, e compartilho a mesma paixão por esta imaculada terra. É apenas uma pena que não pude visitar teu túmulo, olhar a praia de Isla Negra e ver o que você viu tantas vezes antes de escrever um poema. É uma pena que não pude botar uma garrafa de vinho ao seu lado e bater um papo. Foi um ser que tanto expressou pelo amor e pela natureza que eu sinto que tudo que eu poderia conversar sobre você seria apenas ouvindo, não ousaria abrir a boca pra discutir poesia contigo, apenas ouviria e aprenderia o que apenas teus livros não podem ensinar. Mas em uma coisa poderíamos trocar palavras, o amor, pois qualquer homem, independentemente de poeta, música, classe social, ou qualquer coisa... Qualquer homem pode levantar-se para discutir amor.

    Invejo os que puderam debater tão nobre sentimento com você, eu teria tanto para conversar. Você falaria Matilde e eu falaria Rayanne, iríamos comparar esse divino bem-estar que é o amar e sentiríamos pena dos que não sabem amar, dos que não tiveram a sorte, assim como eu e você, de achar o amor verdadeiro. Você me diria que "Dois amantes felizes não tem fim nem morte, nascem e morrem tanta vez enquanto vivem, são eternos como é da natureza." E eu tentaria chegar aos pés declamando que "o amor é o sentimento mais nobre do homem, é uma faca de dois gumes para os que não sabem amar, é o veneno que mata ao primeiro beijo. Mas, para os sábios, os humildes, para aqueles amam a pessoa independentemente do eu, é o santo graal, a fonte da juventude a dar vida nova por cada olhar apaixonado". Você, com sua poesia anciã e de barbas brancas, riria da poesia engatinhada, mas talvez concordasse comigo, pois, afinal, sabemos que o amor é o maior sentimento que podemos ter.

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