sábado, 15 de novembro de 2014

TRONCO

As folhas caem no outono
E o inverno rigoroso vem.
As folhas agora são outras,
Sopradas por ventos diferentes,
Trazidos por massas de ar diferentes.
E o sal que jaz neste solo pobre
Não é o suficiente para me matar.
Mas mesmo assim eles querem me derrubar,
Eles vem com suas serras e machados,
Eles aparecem com máquinas cada vez maiores.
Mas eu sou filho de Gaia,
Sou filho da Terra.
Minhas raízes estão bem amarradas
Às minhas convicções,
Mas sempre abertas à novas,
Sempre aberta às mudanças,
À primaveras e  aos outonos,
Às chuvas e às secas.
Mas eles vem novamente,
Querendo que eu entregue a papelada,
Que eu abra espaço pra expansão.
Eles vem com lanças-chamas,
Mas eles já não sabem que as folhas são outras
Que a casca já está rígida
De todos os cortes
Que os outros casais faziam.
Eles não sabem que
Tudo que um dia me queimava,
Hoje me apaga.

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