terça-feira, 24 de maio de 2016

LAR, AMARGO LAR

E o homem volta à casa
Como quem, assim,
Voltasse à si mesmo.
Esperando lá encontrar
Um móvel no lugar
Ou uma taça de champanhe
Que não estivesse quebrada.
Mas os móveis dançam
E os cacos cortam.
Deixando o homem sozinho
Com o espelho empoeirado,
A única coisa que restava da sua morada.
Que de tanto refletir a mesma pessoa,
Hoje se encontra cansado.
E o homem olha-o,
Mas ele não o devolve a si.
O homem se recusa a acreditar
No reflexo diante de si mesmo,
Naquilo que seus olhos estão enxergando,
No reflexo do monstro
Que agora habita e rege a casa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Olá, meu caro leitor. Faça um escritor carente e necessitado feliz, deixe seu comentário.