Até hoje me recordo da doce mulher
Que por uma semana
Invadiu-me a casa e a cama.
A semana era nosso prazo de validade,
Pois o destino, dotado de maldade,
Fizera o desatino de fazê-la de outra cidade.
Ou talvez até fizesse-me um favor,
Pois, ao contrário, a memória perderia a cor,
E a lembrança do sexo insano
Já não me traria a mesma ânsia ou encanto.
Ela ficou o tempo que deveria ficar,
Até que o vento tratou de devolvê-la ao seu lugar.
E, assim, a memória permaneceu intacta
Assim como a beleza de nossa história,
Pois o tempo apenas mata.
Ela partiu antes que o tempo pudesse estragá-la
Antes que o convívio pudesse entediá-la.
Fazendo com que esse pífio poema
Seja doce e saudoso
Ao invés de doloroso ou rancoroso.
A falta de um desfecho
Fez com que a lembrança do seio e do beijo
Permanecesse doce eternamente,
Impedindo que a foice do tempo
Ceifasse este meu saudoso lamento.
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