domingo, 10 de novembro de 2013

PONTE-(A)MAR

Vou olhar a maré,
E ter fé de que um dia
Ela traga você pra mim,
É o fim que nos aguarda.
Então guarda essa reza vã
Que ainda vamos nos ver
Num outro amanhã.

Vou olhar o mar
Que nos separa e nem repara
No sal que joga na ferida
Ainda aberta, esquecida,
Que ainda aperta o peito
Certo de que não vai doer
Nem arder por você.

Não vale a pena jogar sal
Num mar de lágrimas
Por quem já se afogou.
Seria loucura dizer
Que vou nadar o mar inteiro por você?

Vou olhar a maré,
Que vem e vai como a vida,
As mulheres e os amigos.
Que carrega o infinito numa onda,
Que te afoga e te arrasta
Pro fundo do oceano
Que me separou de você.

Vou olhar o mar
Que limpa a pele, que lava a alma,
Que não se acalma enquanto o céu
Não parar de chorar
Pelo encontro de dois anjos
Que voaram o mar
Apenas para se encontrar.

Não vale a pena jogar sal
Num mar de lágrimas
Por quem já se afogou.
Seria loucura dizer
Que vou nadar o mar inteiro por você?

Mar que alimenta,
Que mata de fome,
Que tenta sem fim
Nos tornar homens e tal,
Homens de sal que se dissolvem
Ao chorar no mesmo mar
Que nos ensinou a amar.

Mas não se entristeça
E nem se esqueça
Que o mesmo mar que nos separa
É a ponte que repara a distância,
Que mata a ânsia
Que a gente tem de se encontrar
Para nos amar.

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