quarta-feira, 29 de junho de 2011

AS ROSAS

Será que ela vai se lembrar?
De uma rosa outrora recebida?
Será que ela ainda vai amar?
O garoto que a deu com as mãos feridas?

A rosa era branca,
“Branca como suas asas, minha anja”
Branca como a paz que ela o passava,
Como a mão que o acariciava.

A rosa nela aos poucos cravava espinhos,
A medida que aquele recém-formado casal fazia seu ninho,
E aquela rosa branca foi tornando-se vermelha como a paixão,
Conforme aquele amor crescia em vão.

Aquilo aos poucos se fortificava, aquela felicidade,
Mesmo ela escondendo dele toda a verdade,
Escondia o quanto os espinhos a estavam machucando,
Escondia o tempo de vida que a morte ia dando.

Mas ele era esperto,
Percebeu que ao tocar o ponto certo,
A dor dos espinhos tornava-se fato,
E assim o sofrimento dela saía do anonimato.

Ele então se empenhou a cuidar dela,
Pôs si mesmo em uma cela, preso à ela,
Foi tirando cada espinho possível,
Achando ser um plano infalível.

Mas parecia que cada esforço era nada,
A cada espinho retirado ela piorava,
E foi aquele último espinho que ele retirou,
Que enfim a matou.

Tolo, mal sabia ele que aquilo que a machucava,
Era o que fazia ela viver,
Mal percebia ele que aquela rosa murchava,
Começando a enegrecer.

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