Eu não sei mais escrever.
As engrenagens travaram
E o sistema ficou confuso.
Me vêm umas frases, uns lampejos,
Um pequeno fiapo de poesia
Que passa e se esvai.
Tento pôr minha inspiração no papel
Mas as palavras vacilam,
A conjuntura textual é feia.
Tiro as rimas, tento fazer algo sem métrica,
Sem muito padrão,
Pra ver se fica mais fácil, se flui,
Se não sou eu quem estou me forçando.
Virei escritor de frases, de textos pela metade,
Virei sonhador de realidades.
Não me faltam histórias,
Não me faltam sentimentos,
Emoções, acontecimentos e nem inspiração.
Mas as palavras travam,
A tinta falha e o pulso dói.
Estou ficando agoniado e desesperado,
A inércia poética me consome,
O sedentarismo literário me corrói.
Tenho tantas histórias,
Tantos pensamentos,
Tantos sentimentos e emoções
Gritando para serem carimbados em um papel qualquer...
Mas tudo que consigo é esse desabafo, essa metalinguagem,
O meu velho conselho de escrever sobre o não-escrever,
De escrever sobre a falta de inspiração
Ou seja o que for que te trave
E esperar que assim as travas sejam desfeitas,
Lubrificando as palavras
E fazendo as engrenagens voltarem a rodar.
Pra que assim minhas frases, inspirações e textos pela metade
Possam sair da minha cabeça e correr como um rio para os dedos,
Descendo como em uma cachoeira até o papel.
Pra encher meu caderno,
Pra esvaziar minha cabeça,
Pra me fazer escritor de textos completos.
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