Ah, minha querida, meu amor,
Meu anjo de marfim,
Minha dama cujo nome me clama,
Não me dissestes o queres de mim.
Não que tenha dito eu,
Mas deixo claro à ti e à todo o réu,
À todos os detetives e leitores desse velho papel,
Os sentimentos e intenções que pra ti guardei.
E nem precisei jogar a garrafa no mar
Pra alcançar o horizonte desses teus olhos frios,
Apenas precisei em silêncio gritar
Para ver chegar a mensagem que para ti guardei.
E vendo-lhe ler a mesma carta na qual chorei,
Com esses teus olhos vazios de marfim,
Frios, duros e opacos como teus sentimentos por mim,
Penso que devo, talvez, desistir.
Desculpa se minhas conclusões são errôneas,
Mas o que mais reservaria o meu fim?
Se apenas vejo-te me afastando,
Não seria também o teu coração de marfim?
Brincando friamente com o meu
Nesse jogo sem fim
Onde eu não sei nem as regras,
Apenas rezo e peço trégua.
Perdão, perdão por atribuir-lhe pensamentos tão ruins,
Estou retornando à costa
E saindo do mar dos teus olhos duros.
Talvez nem ouças mais falar de mim.
Mas se não é o que queres então mande-me um sinal
Uma correnteza ou uma onda desenhada nos teus olhos opacos
Que me faça desistir de pensar-lhe mal
E remar de volta à teus olhos de marfim.
Em mim, sabes bem,
Que por ti só há amor,
Talvez algum dia ainda me permitas
Ver teus olhos com outra cor.
Mas por hora,
Te olho e só enxergo marfim,
Mar fim,
Mas, fim.
Adoro esse jogo com as palavras do marfim e fim.
ResponderExcluirEsse é muito o meu estilo.
Continue escrever!
Muito talentoso! (:
Valeu, Carla! Eu dei uma olhada em alguns dos teus textos tbm, muito bons!
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