Até pouco tempo atrás
Eu havia de ser um poeta, um escritor.
Me inspirava pelas grandes e pequenas coisas,
Fossem minhas ou de outros.
Mas então que me aparece você,
Com todo seu ciúme dos meus outros assuntos
E dos meus outros poemas,
E me rouba a inspiração, a criatividade.
Virei um escritor egoísta,
Já não tenho empatia pela história dos outros,
Apenas pela nossa.
Já não tenho interesse na beleza da vida,
Apenas na tua.
Todos os meus versos viraram sobre você,
Todas as estrofes viraram sobre nós,
Todas as minhas rimas forçadas
Terminavam com o seu nome
E todo o texto tinha a sua assinatura ao lado da minha.
A poesia virou minha cria à ti, vida,
De fato, minha criatividade é toda tua.
Me tornei uma fraude,
Um desabafador que escreve à dois.
Já não sou poeta,
Não sou escritor algum,
Sou apenas um amante.
E a pior parte disso, querida,
É que eu gosto.
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