Está frio e acinzentado lá fora,
A manhã perdeu suas cores,
O Sol já nasceu mas não pude contemplá-lo.
Eu acordo depois de uma longa noite,
Numa multidão solitária,
Eu caminhava com as sombras, minhas amigas,
Enquanto pássaros cantavam o pré-nascer do Sol,
E morcegos me tiravam o sangue.
Minha sombra dançava sozinha melancolicamente,
Com um cigarro inacabado e suas asas ao vento,
Asas essas quase inexistentes agora.
Minha alma chorava por meus pecados cometidos,
E minhas pernas avançavam lentamente,
Com medo de chegar em casa.
E eu, um anjo caído ou talvez um vampiro,
Uma criatura da noite a subir degraus em direção a minha cela,
Não pude aguardar o Sol a me queimar a pele,
Preferi ficar com as várias estrelas da noite,
Mesmo que nenhuma brilhasse como Vênus.
E agora esta manhã acinzentada esconde o meu Sol,
Enquanto o livro aberto em minha mesa me ensina coisas,
Coisas que eu não queria aprender.
É querida...
Acho que está na hora dos meus remédios.
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