domingo, 2 de novembro de 2014

AS RUAS QUE ME TOMARAM A POESIA

Acho que em algum beco úmido
Por dentre tantos desta vida seca
Esqueci a poesia.

Em qual ruela fria e cheia de neblina
Em qual esquina suja e mal iluminada
Ficou a poesia que caiu do meu bolso?

Será que furtaram-me a poesia?
Socorro! Furtaram-me a poesia!
Acuda! Acuda! O furtador era igual a mim.

Alguém, ajuda-me a encontrar
As rimas pisoteadas que larguei
Em alguma calçada de mármore.

Alguém, por favor,
Diz que encontrou a metáfora
Que eu abandonei em praça pública.

Já conseguiram achar quem furtou-me a poesia?
Já o disse, ele é igual a mim.
Sim, pode me prender
Fui eu quem esqueci o que é ser poeta.

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