Me arrumo para uma festa e me olho no espelho
Mas não vejo o que queria ver.
Onde está aquele traje formal?
E aquela máscara que encomendei quando criança?
Me pergunto mas não me encontro...
Me contento e saio mesmo assim.
Mas então olho pros DJ's e penso...
Onde estão as bandas e as orquestras?
Onde esconderam os violinos?
Talvez tenham roubado de nós...
E essa platéia... Essa multidão...
Onde está o baile que me foi prometido?
Cadê a valsa que antecede um beijo?
Onde foi parar o "me concede a honra desta dança, minha dama?"
Cadê a beleza que os filmes me prometeram?
Onde estão os cavalheiros?
Deitados em suas camas numa hora dessas?
Lamentando um coração partido e se afogando em rum, talvez.
Procuro uma dama com um vestido reluzente e sedutor,
E uma máscara que seja de mistério,
Uma daquelas que esconde o rosto mas deixa o olhar.
Estou cansado dessas máscaras que escondem a personalidade,
Dessas que não são máscaras, que são mentiras,
Por isso joguei a minha também no lixo.
Aqui as coisas são agitadas, sem luz e sem brilho.
Onde puseram as taças? E o champagne?
Cadê o vinho derramado sobre as roupas?
E as roupas no chão que não foram lavadas?
Cadê o sexo apaixonado? E o acordar juntos?
Por que nos roubaram toda essa beleza?
Toda aquela música, as danças e as luzes?
Eu vou fazer meu próprio baile,
Com máscaras enfeitadas e roupas reluzentes,
Vou pagar o resgate do violino
E contratar o resto da banda.
Vou levar meu amor pra dançar valsa.
E tudo vai ser tão belo quanto deveria,
Quanto prometeram, quanto roubaram.
Vou fazer o meu próprio baile...
Nem que seja para eu fazer par comigo.
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