terça-feira, 2 de outubro de 2012

BARCOS DE PAPEL

De longe vejo meus barcos de papel
À navegar pelo mar,
Uns tão distantes,
E outros parecem nem querer zarpar.

Hão apenas de seguir adiante,
Carregados pelo vento que fico a soprar.
Mas parecem até não ter escolha,
Parecem não gostar.

E eu que ainda vejo nessas folhas
As palavras de amor outrora escritas,
Derramo uma lágrima para unir-se ao mar,
Derramo-a para mais uma despedida.

Pois cada barco um dia foi carta,
Cartas de uma história de amor mal-vivida.
É por isso também que em nenhum barco embarca
A minha pessoa já esquecida.

Porque os barcos já deram suas despedidas,
E agora choram ao mar o sal de suas lágrimas,
Lívia, Maria, Bruna e Fátima,
Que agora são apenas memórias antigas.

Mas quem sabe o vento não mude a história trágica,
E um desses origamis que fiz ser vela
Não seja soprado de volta
E me traga novamente ela.

Então eu desdobro o barco e refaço a carta,
E quem sabe dessa vez eu a impeça de que parta.

2 comentários:

  1. Pena eu não saber tocar nem campainha,senão, musicaria isso... é como se fosse feito com um metrônomo ao lado... Incrível! Abraços.

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    Respostas
    1. Eu até já tentei fazer músicas com vários textos meus, mas raramente fica bom. Mas gostei da ideia, vou até tentar. Agradeço, abraços.

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