Em uma longínqua janela,
Reflete em minha face uma intensa luz amarela,
Luz proveniente de um Sol refletido,
Lembrando-me que dentro deste quarto, ainda vivo.
Mas porque de tantas janelas e tantas casas,
Há de refletir o Sol logo naquela janela,
Pertencente à minha doce anja sem asas,
De todas as mulheres a mais bela.
O quão irônico vem de ser o acaso,
Lembrando-me tal belo fato,
Que ali onde reflete o Sol,
Há uma mulher que brilha mais que um farol,
Brilha mais até que o próprio Sol.
Mas de tão irônico que é o acaso,
A distância e o reflexo me impedem de fitá-la,
Mas jamais haverá distância que me impeça de amá-la.
Ah, como eu queria vê-la em sua doce rotina,
Lendo livros ou fazendo faxina.
Ah, tal graciosidade me fascina,
Mas infelizmente, esta é minha sina,
Para sempre fitar o que não posso ver,
Ver quem não posso amar,
Amar quem não posso tocar,
Tocar quem não irá me satisfazer,
E me satisfazer com quem não vai me amar.
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